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Obra de dragagem deixa
porto apenas "aceitável'
Santos tem de ampliar profundidade, diz sindicato
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Dois anos após ter sido retomado o serviço de dragagem de
manutenção, a profundidade
do porto de Santos (SP) ainda é
insuficiente para que os navios
operem com 100% de capacidade, segundo o Sindamar (Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de SP).
Para o presidente do sindicato, José Eduardo Lopes, o serviço desenvolvido pela Codesp
(estatal que administra o porto) -que custou R$ 52,4 milhões até agora- fez com que a
profundidade voltasse a um nível "minimamente aceitável".
"Ela [a Codesp] fez com que
não ficasse péssimo. Porém, o
que foi feito é totalmente insuficiente para a realidade que temos hoje", afirmou Lopes.
A maior profundidade do
porto hoje é 12,8 metros, em
um local onde deveria ser 14
metros. O diretor de infra-estrutura e serviços da Codesp,
Arnaldo de Oliveira Barreto,
disse que essa defasagem ocorre por causa do assoreamento
causado pelas ressacas e do limite de material dragado a ser
despejado na área de descarte.
O limite de 300 mil m3 por
mês, imposto pela Cetesb por
questões ambientais, é considerado insuficiente pela estatal. A revisão do volume já foi
solicitada à agência ambiental.
Na última sexta-feira, o ministro da secretaria Especial de
Portos, Pedro Brito, afirmou
que o limite poderia ser aumentado para 500 mil m3/mês,
de acordo com avaliação inicial
dos estudos feita pela secretaria estadual do Meio Ambiente.
Os problemas do calado do
porto santista refletem diretamente na produtividade dos
navios que operam no local. De
acordo com o presidente do
Sindamar, as embarcações de
contêineres e granel perdem,
pelo menos, cerca de 20% de
produtividade a cada viagem.
Novas gerações de navios
deixam de ir a Santos devido ao
calado. "Talvez estejamos atrasados umas três gerações de
porta-contêineres em relação a
outros portos", disse Lopes.
Além da manutenção, a Codesp vem desenvolvendo um
projeto de dragagem de aprofundamento que está em fase
de licenciamento ambiental.
Ele prevê aumentar o calado do
porto para 15 metros e, em outras etapas, para 16 e 17 metros.
Os problemas estruturais do
complexo santista o colocaram
como o quarto pior em um ranking de 18 portos do país feito
pelo Centro de Estudos em Logística da Coppead/UFRJ. A
pesquisa contou com a avaliação de 152 empresas exportadoras brasileiras sobre os portos que elas mais utilizam.
O diretor comercial da Codesp, Fabrízio Pierdomênico,
criticou os critérios utilizados.
"Se efetivamente o porto de
Santos fosse o quarto pior em
infra-estrutura e supra-estrutura, o que estaria ocorrendo
seria uma fuga de cargas, e o
que acontece é o contrário."
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