São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2007

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Obra de dragagem deixa porto apenas "aceitável'

Santos tem de ampliar profundidade, diz sindicato

MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Dois anos após ter sido retomado o serviço de dragagem de manutenção, a profundidade do porto de Santos (SP) ainda é insuficiente para que os navios operem com 100% de capacidade, segundo o Sindamar (Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de SP).
Para o presidente do sindicato, José Eduardo Lopes, o serviço desenvolvido pela Codesp (estatal que administra o porto) -que custou R$ 52,4 milhões até agora- fez com que a profundidade voltasse a um nível "minimamente aceitável".
"Ela [a Codesp] fez com que não ficasse péssimo. Porém, o que foi feito é totalmente insuficiente para a realidade que temos hoje", afirmou Lopes.
A maior profundidade do porto hoje é 12,8 metros, em um local onde deveria ser 14 metros. O diretor de infra-estrutura e serviços da Codesp, Arnaldo de Oliveira Barreto, disse que essa defasagem ocorre por causa do assoreamento causado pelas ressacas e do limite de material dragado a ser despejado na área de descarte.
O limite de 300 mil m3 por mês, imposto pela Cetesb por questões ambientais, é considerado insuficiente pela estatal. A revisão do volume já foi solicitada à agência ambiental.
Na última sexta-feira, o ministro da secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, afirmou que o limite poderia ser aumentado para 500 mil m3/mês, de acordo com avaliação inicial dos estudos feita pela secretaria estadual do Meio Ambiente.
Os problemas do calado do porto santista refletem diretamente na produtividade dos navios que operam no local. De acordo com o presidente do Sindamar, as embarcações de contêineres e granel perdem, pelo menos, cerca de 20% de produtividade a cada viagem.
Novas gerações de navios deixam de ir a Santos devido ao calado. "Talvez estejamos atrasados umas três gerações de porta-contêineres em relação a outros portos", disse Lopes.
Além da manutenção, a Codesp vem desenvolvendo um projeto de dragagem de aprofundamento que está em fase de licenciamento ambiental. Ele prevê aumentar o calado do porto para 15 metros e, em outras etapas, para 16 e 17 metros.
Os problemas estruturais do complexo santista o colocaram como o quarto pior em um ranking de 18 portos do país feito pelo Centro de Estudos em Logística da Coppead/UFRJ. A pesquisa contou com a avaliação de 152 empresas exportadoras brasileiras sobre os portos que elas mais utilizam.
O diretor comercial da Codesp, Fabrízio Pierdomênico, criticou os critérios utilizados. "Se efetivamente o porto de Santos fosse o quarto pior em infra-estrutura e supra-estrutura, o que estaria ocorrendo seria uma fuga de cargas, e o que acontece é o contrário."


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