Steve Jobs pede desculpas a quem comprou aparelho antes de redução do preço em US$ 200, anunciada anteontem

Analistas vêem problemas no aparelho lançado em junho por causa de uso de rede mais lenta da AT&T, única a operar aparelho

Monica M. Davey - 5.set.07/Efe

O presidente da Apple, Steve Jobs, em anúncio de novos Ipods

Um dia depois de reduzir em US$ 200 o preço do iPhone e receber várias críticas, o presidente da Apple, Steve Jobs, pediu desculpas às pessoas que pagaram US$ 599 pelo aparelho e disse que receberão um crédito nas lojas da Apple de US$ 100. O aparelho, que reúne, entre outras funções, celular e tocador de música e vídeo, começou a ser vendido nos Estados Unidos no final de junho.
Em nota publicada no site da Apple, Jobs afirmou que recebeu centenas de e-mails de donos de iPhones reclamando no corte do preço do modelo de 8 gigabytes. E disse ter "certeza" de que foi correta a decisão de reduzir o preço do aparelho.
"O iPhone está muito à frente da competição e agora estará acessível para ainda mais consumidores. Tanto a Apple como cada um dos donos de iPhone são beneficiados por termos tantos consumidores quanto possível na "tenda" da Apple", escreveu o executivo. "Pedimos desculpas se desapontamos alguns de vocês", disse ele.
Segundo Jobs, a decisão de dar um crédito aos primeiros compradores foi tomada porque era preciso "cuidar melhor deles" ao mesmo tempo em que a Apple tenta conquistar "agressivamente" novos compradores.
A decisão de reduzir o preço do iPhone foi criticada por várias analistas. Para Trip Chowdhry, da Global Equities Research, apesar do valor menor, a medida poderá mesmo assim fracassar em atrair os consumidores que acham falha a rede celular da AT&T.
"O relacionamento entre a Apple e a AT&T precisa ser totalmente reformulado", escreveu Chowdhry. "O iPhone da Apple está sofrendo com erros táticos e estratégicos."
A AT&T detém os direitos exclusivos de venda do iPhone nos Estados Unidos por cinco anos, a contar do lançamento do produto, em 29 de junho.
Ainda não há previsão para a comercialização do produto no Brasil. Em alguns países da Europa, como França e Alemanha, ele deve chegar às lojas ainda neste ano.
Para acessar a internet, o iPhone não usa a rede veloz de transmissão de dados da AT&T e oferece uma conexão mais lenta do que a tecnologia utilizada pela maioria dos celulares equipados com função de e-mail.