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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Em desaceleração, venda de automóveis atinge 2 milhões
No momento em que as vendas começam a reduzir o ritmo
de crescimento, a indústria automobilística irá ultrapassar,
amanhã, a marca de 2 milhões
de veículos licenciados neste
ano.
O feito ocorre 58 dias antes
da mesma marca registrada em
2007, que só foi atingida no dia
5 de novembro.
A meta das montadoras é
chegar neste ano a um total de
3 milhões de unidades licenciadas, o que provavelmente vai
ser alcançado nos 80 dias úteis
restantes. A média diária de licenciamentos é de 12,5 mil veículos.
A expectativa do presidente
da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores), Jackson
Schneider, é a de que o setor fechará este ano com pouco mais
de 3 milhões de veículos licenciados. O que aconteceu em
agosto, a seu ver, foi apenas um
crescimento menor no ritmo
das vendas.
"O setor segue uma tendência natural de acomodação",
afirma Schneider.
Em agosto, as vendas de automóveis registraram uma
queda de 15% em relação a julho, mas ainda assim cresceram
4% em comparação ao mesmo
mês do ano passado.
Até julho, as vendas estavam
crescendo a um ritmo de 30%
ao ano.
De acordo com Schneider,
essa desaceleração no ritmo
das vendas dos automóveis se
deve a quatro fatores.
Em primeiro lugar, deve-se
ao fato de a base de comparação
-o segundo semestre do ano
passado- ser mais forte. Depois, à alta dos juros. Em terceiro, ao clima mais pessimista do
mercado nas últimas semanas.
Por fim, ao fato de a demanda
não estar tão reprimida quanto
antes.
A partir de agora, Schneider
diz que as vendas de automóveis devem seguir num ritmo
mais lento de crescimento, até
porque era inconcebível as vendas continuarem crescendo a
um ritmo de 30%.
Para 2009, por exemplo, o
presidente da Anfavea não descarta a possibilidade de as vendas voltarem ao patamar de um
dígito de crescimento. Tudo
depende do comportamento
dos próximos meses.
INAUGURAÇÃO
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva vai inaugurar,
no próximo dia 15, fábrica da
Klabin em Telêmaco Borba,
no Paraná. Esta será uma
das dez maiores fábricas de
papel do mundo. O total investido soma R$ 2,2 bilhões.
Com essa nova unidade, a
produção da Klabin vai registrar um crescimento de
700 mil toneladas ao ano de
papel para 1,1 milhão, fazendo com que a empresa se
torne a sexta maior fabricante global de cartões de fibras virgens.
CAPTAÇÃO
A Caixa Econômica Federal fechou agosto com captação líquida de R$ 1,26 bilhão
em poupança. Com o resultado, atingiu R$ 7,37 bilhões
de captação líquida positiva
em 2008, alcançando
R$ 86,5 bilhões em depósitos na modalidade. A Caixa
está com resultados positivos na captação líquida em
poupança desde junho de
2006, contabilizando mais
de R$ 21,8 bilhões nos 27
meses e elevando a participação de mercado de
32,48% para 33,92%.
MAGAL EM LONDRES
A produção da cinebiografia de Jean Charles de Menezes, brasileiro morto pela
polícia britânica ao ser confundido com um terrorista
no metrô londrino, fechou
uma casa de espetáculos no
sul da cidade para filmar
amanhã um show de Sydney
Magal cujas cenas serão usadas no filme. Selton Mello
faz papel de Jean Charles na
obra dirigida por Henrique
Goldman, com roteiro dele e
de Marcelo Starobinas.
PORTAS ABERTAS
O governo de Québec,
no Canadá, inaugura um
escritório em São Paulo
para estreitar as relações
comerciais com o Brasil e
incentivar a imigração.
Soraia Tandel, diretora de
imigração do escritório,
afirma que a Província
procura profissionais com
até 35 anos, casados ou
solteiros, com ou sem filhos, de nível técnico ou
universitário e que tenham conhecimento de
francês. "O brasileiro é
um profissional qualificado e tem facilidade para
se adaptar", afirma Tandel. Os interessados podem se informar sobre os
procedimentos para pedir
o visto permanente no
www.imigracao-quebec.ca. Para se candidatar, é
preciso pagar uma taxa de
US$ 390.
Produtor chileno investe em mercado de luxo no Brasil
A vinícola chilena Chadwick,
que saiu do Brasil nos anos 90,
investe no mercado de luxo no
país. Eduardo Chadwick, que
dirige a vinícola, esteve no Brasil na sexta para apresentar a
safra 2005 dos vinhos da casa e
participar de um jantar cujo
convite custou R$ 398. Os rótulos produzidos pela Chadwick,
importados pela Expand, custam de R$ 85 a R$ 480 a garrafa.
FOLHA - Como o vinho chileno conquistou personalidade própria?
EDUARDO CHADWICK - É fundamental entender em um país
quais são as condições para
produzir um vinho diferente do
resto do mundo. O Chile tem
um clima mais generoso que a
Europa. Temos a cordilheira
dos Andes e uma costa fria que
refrescam o clima. Alguns dos
vinhos do novo mundo são
muito maduros e fáceis de tomar, enquanto os da velha Europa são elegantes, mas austeros. O Chile está em uma posição intermediária, com a qualidade da fruta do novo mundo e
a complexidade dos vinhos europeus de alta qualidade.
FOLHA - O que o sr. acha do vinho
brasileiro?
CHADWICK - No RS e em SC, há
zonas que possibilitam a produção de vinhos de qualidade.
Acredito que em espumantes e
brancos o Brasil pode ter futuro
com seu clima quente.
FOLHA - O sr. tem feito testes às cegas para convencer os críticos sobre
a qualidade do vinho da Chadwick.
Quais os resultados da iniciativa?
CHADWICK - O desafio de convencer o mercado é tão grande
quanto o de produzir o melhor
vinho. Temos feito isso desafiando o establishment, desafiando a mentalidade dos europeus, que têm o sistema de denominação controlada, muito
formal, e desafiando o crítico
norte-americano. A forma como fazemos isso é com degustações às cegas, convidando especialistas a comparar nossos
vinhos com os melhores do
mundo. É a supremacia do gosto. No teste, nossos vinhos superaram grandes vinhos franceses e italianos.
FOLHA - O vinho virou moda no
Brasil?
CHADWICK - Houve uma revolução fantástica. Nos anos 80, o
mercado de vinhos estava pouco desenvolvido no Brasil. A supremacia era dos vinhos alemães doces, com muito açúcar.
Houve uma mudança que
acompanhou o desenvolvimento de uma gastronomia sofisticada e fez com que o consumidor buscasse produtos melhores. Havíamos quase abandonado o mercado brasileiro
nos anos 90 e estamos entusiasmados com o potencial do
mercado de luxo.
FOLHA - Como o sr. vê o consumidor brasileiro?
CHADWICK - O Brasil cresceu e
oferece oportunidade ao consumidor médio que agora acessa produtos de luxo.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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