São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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Metalúrgicos do ABC aceitam reajuste

Aumento real de salário nas montadoras será de 3,6%

DA REPORTAGEM LOCAL

Os metalúrgicos do ABC aceitaram ontem a proposta das montadoras. Juntos, eles representam metade dos 105 mil metalúrgicos da região. O reajuste será de 3,6% acima do INPC de 7,15% acumulado nos últimos 12 meses até agosto.
Eles também terão abono de R$ 1.450 e o piso passa para R$ 1.250 -aumento de 12,6%. Salários acima de R$ 7.500 serão corrigidos apenas pelo INPC, com acréscimo de R$ 289,30.
"É o maior índice de correção do país", diz Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, um dos responsáveis pela negociação. "As mobilizações em algumas fábricas e a ameaça de greve geral ajudaram a fechar o acordo."
Entre 2002 e 2007, o aumento real nas montadoras foi de 16,49%. O recorde ocorreu em 2004, quando a correção foi de 4,4% acima da inflação.
Durante a votação da proposta, ontem, diante da sede do sindicato, em São Bernardo do Campo, Nobre disse que um dos argumentos usados pelos sindicalistas em favor do reajuste de 3,6% foram os recordes de venda das montadoras.
"Boa parte desse desempenho aconteceu por causa dos ganhos salariais dos trabalhadores nos últimos anos," disse Nobre. "Foi por isso, e também por causa dos financiamentos, que o trabalhador virou cliente das próprias montadoras."
Segundo a Anfavea -a associação das montadoras-, em julho foram fabricados 320 mil veículos, uma alta de 32,6%, e 288 mil foram vendidos no mercado interno, que registrou crescimento de 12,6%.
O reajuste nas montadoras agora servirá de base para as demais categorias, que continuam em estado de greve.
Amanhã, às 11h, o setor de autopeças, que representa 30% dos metalúrgicos da região, aguarda a proposta das empresas. Pode haver greve, caso elas não apresentem uma oferta de reajuste salarial real de, pelo menos, 2,5%.


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