São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Empresas de frete pressionam por reajuste

DA REPORTAGEM LOCAL

Há forte pressão para novos reajustes no preço dos fretes rodoviário nacional e marítimo internacional para o último trimestre, período de expansão na demanda.
Neste momento, empresas de alimentos, higiene e limpeza, bebidas e eletroeletrônicos precisam negociar com as transportadoras nacionais solicitações de aumento de 7% a 25%. Mudança nas tabelas tem efeito dominó no mercado: quando o frete sobe, as indústrias que pagam a conta tendem a repassar o peso ao consumidor.
No caso das operações portuárias, as companhias importadoras de insumos (componentes para celulares e para TVs) podem ter de pagar de 30% a 40% a mais no custo do frete nos últimos três meses deste ano. Esses aumentos estão sendo discutidos em cima da tabela do início de 2003, apurou a Folha.
A Philips e a Semp Toshiba, com fábricas em Manaus, já informaram sobre a pressão nos aumentos do transporte rodoviário nacional. A Semp Toshiba diz que está em um período de conversas com as prestadoras do serviço para que o reajuste seja o menor possível. A Philips fala em pedidos de aumento de 7% a 10%. A Semp Toshiba diz que atinge 12%.
Nas duas situações (frete rodoviário e marítimo), os reajustes existem por diferentes razões. No frete internacional, pesa a lei da oferta e da procura. A demanda cresceu, e quem paga mais leva. Nas transportadoras nacionais também há uma demanda maior neste ano. E existe ainda um consenso entre algumas empresas do setor de que chegou a hora de repassar antigas perdas, como o aumento no preço do diesel nos últimos dois anos.
Hoje, o custo de frete de um caminhão (carreta de 15 metros) para uma viagem de São Paulo a Belém está em R$ 10 mil. Não se cobra esse valor de tabela pois há descontos. Em viagens de média distância (São Paulo a Porto Alegre, por exemplo), cobram-se de R$ 2 a R$ 2,50 o km rodado.
"Os anos de 2002 e 2003 foram muito ruins. Foi a partir de janeiro deste ano que começou a esquentar e bem devagarinho", diz Celso Frare, presidente da Ouro Verde, empresa de transporte e locação com frota própria de 300 caminhões e 600 carretas. "Precisamos de um reajuste nas tarifas de frete de 20% a 25% e estamos tentando negociar isso", afirmou.
"Caso venha um aumento no preço do diesel ainda neste ano que supere 10%, vamos ter de rever para cima essa taxa", afirma.
O Expresso Araçatuba, com 600 veículos, entre caminhões e furgões, diz que está tentando renegociar aumentos nos últimos meses, mas encontra dificuldades. "Nosso aumento negociado com os clientes não chega a 5% neste ano. É pouco", afirma Oswaldo Castro Junior, diretor da transportadora. (ADRIANA MATTOS)

Texto Anterior: Outro lado: Ministro promete mais verba e diz que situação melhorou
Próximo Texto: Saiba mais: Segmento está aquecido e é pulverizado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.