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Empresas de frete pressionam por reajuste
DA REPORTAGEM LOCAL
Há forte pressão para novos
reajustes no preço dos fretes rodoviário nacional e marítimo internacional para o último trimestre, período de expansão na demanda.
Neste momento, empresas de
alimentos, higiene e limpeza, bebidas e eletroeletrônicos precisam
negociar com as transportadoras
nacionais solicitações de aumento
de 7% a 25%. Mudança nas tabelas tem efeito dominó no mercado: quando o frete sobe, as indústrias que pagam a conta tendem a
repassar o peso ao consumidor.
No caso das operações portuárias, as companhias importadoras
de insumos (componentes para
celulares e para TVs) podem ter
de pagar de 30% a 40% a mais no
custo do frete nos últimos três
meses deste ano. Esses aumentos
estão sendo discutidos em cima
da tabela do início de 2003, apurou a Folha.
A Philips e a Semp Toshiba,
com fábricas em Manaus, já informaram sobre a pressão nos aumentos do transporte rodoviário
nacional. A Semp Toshiba diz que
está em um período de conversas
com as prestadoras do serviço para que o reajuste seja o menor
possível. A Philips fala em pedidos de aumento de 7% a 10%. A
Semp Toshiba diz que atinge 12%.
Nas duas situações (frete rodoviário e marítimo), os reajustes
existem por diferentes razões. No
frete internacional, pesa a lei da
oferta e da procura. A demanda
cresceu, e quem paga mais leva.
Nas transportadoras nacionais
também há uma demanda maior
neste ano. E existe ainda um consenso entre algumas empresas do
setor de que chegou a hora de repassar antigas perdas, como o aumento no preço do diesel nos últimos dois anos.
Hoje, o custo de frete de um caminhão (carreta de 15 metros) para uma viagem de São Paulo a Belém está em R$ 10 mil. Não se cobra esse valor de tabela pois há
descontos. Em viagens de média
distância (São Paulo a Porto Alegre, por exemplo), cobram-se de
R$ 2 a R$ 2,50 o km rodado.
"Os anos de 2002 e 2003 foram
muito ruins. Foi a partir de janeiro deste ano que começou a esquentar e bem devagarinho", diz
Celso Frare, presidente da Ouro
Verde, empresa de transporte e
locação com frota própria de 300
caminhões e 600 carretas. "Precisamos de um reajuste nas tarifas
de frete de 20% a 25% e estamos
tentando negociar isso", afirmou.
"Caso venha um aumento no
preço do diesel ainda neste ano
que supere 10%, vamos ter de rever para cima essa taxa", afirma.
O Expresso Araçatuba, com 600
veículos, entre caminhões e furgões, diz que está tentando renegociar aumentos nos últimos meses, mas encontra dificuldades.
"Nosso aumento negociado com
os clientes não chega a 5% neste
ano. É pouco", afirma Oswaldo
Castro Junior, diretor da transportadora.
(ADRIANA MATTOS)
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