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País precisa de reformas, diz agência
DE NOVA YORK
O Brasil precisa de reformas para transformar a atual fase de recuperação econômica em tendência sustentável de crescimento,
avaliou a agência de classificação
de risco Standard & Poor's em relatório divulgado ontem. "A estabilização macroeconômica por si
só não garante crescimento sustentável", afirma o texto.
Segundo a S&P, que recentemente melhorou a classificação
(rating) da dívida brasileira para
BB- com perspectiva estável, os
diferentes governos do país têm
"sucessivamente fracassado em
solucionar problemas estruturais
nas contas públicas".
O relatório elogia o recente resultado do superávit primário e
ressalta uma melhora na condução da política monetária. Mas
afirma que fraquezas "operacionais e institucionais" ainda comprometem sua eficácia.
"A lista de reformas é ampla, e
qualquer expectativa de aprovação total dessas medidas não é
realista. Entretanto a adoção e a
implementação de alguns aspectos cruciais do programa, sustentada pela rígida política macroeconômica e pela redução das vulnerabilidades externas, fortaleceria a percepção de crédito sobre o
país e resultaria num aumento
contínuo de seu rating de crédito", escreveram as analistas Helena Hessel e Lisa Schineller.
As duas abordaram os sistemas
tributário e financeiro, além de
tratar de aspectos dos sistemas
institucional e legal com influência direta sobre operações do setor privado.
Tipos de reforma
As reformas vistas como necessárias pela agência se dividem entre as que visam o melhor funcionamento da economia e aquelas
que se referem à condução apropriada, em termos de momento,
de mudanças no setor público.
No primeiro caso, a S&P cita a
remoção de barreiras ao investimento, além da reversão de medidas que incentivam o emprego informal, a simplificação e a otimização do setor financeiro e o
aprofundamento da liberalização
com vistas aos investimentos externos. Os ganhos, diz o relatório,
viriam sob a forma de produtividade no mercado de trabalho, capital e, conseqüentemente, crescimento econômico.
"O crescimento em si reduziria
o peso produzido pelos altos custos da dívida brasileira sobre a
economia do país", afirmam as
analistas. "Da perspectiva do crédito, um benefício igualmente importante seria a redução das desigualdades na distribuição de renda, da pobreza e do agravamento
dos problemas sociais. Isso, por
sua vez, conquistaria maior apoio
político e público para a adoção
de uma posição fiscal apropriadamente prudente."
(LUCIANA COELHO)
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