São Paulo, sexta-feira, 07 de outubro de 2005

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Crise no campo afeta comércio de máquinas

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A perda de renda dos agricultores começa a espalhar com maior ímpeto pelo agronegócio. E um dos setores mais afetados é o de máquinas e equipamentos agrícolas, mostra a Anfavea.
As vendas internas já registram queda há um ano. No mês passado, no entanto, a redução foi mais profunda, com apenas 2.048 unidades vendidas, 46% menos do que as do mesmo mês de 2004. O setor externo, que dava um pouco de fôlego às empresas, também pisou no freio. Em setembro, as exportações recuaram para 2.289 unidades, 17% abaixo do número de setembro de 2004. O recuo foi maior em colheitadeiras: 50%.
Essa redução complica ainda mais o ritmo de produção, devido à importância que as exportações tinham adquirido neste ano. Nos nove primeiros meses de 2004, as vendas externas de tratores representavam 44% da produção. Neste ano, respondem por 56%.
Mais dependente ainda do setor externo está a produção de colheitadeiras. De janeiro a setembro de 2004, as vendas externas somaram 43% do volume produzido. Neste ano, esse índice é de 78%.
A participação do setor de máquinas nas receitas totais com as exportações da indústria automobilística recuou para 18% de janeiro a setembro deste ano, contra 21% do mesmo período de 2004.
A perda de ritmo na vendas de máquinas se deve à queda de renda dos produtores em pelo menos R$ 16 bilhões neste ano. Essa perda, quando espalhada pelos demais setores que dependem do agronegócio, deixa de irrigar a economia em mais R$ 41 bilhões, segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).


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