DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A discussão da chamada MP do Bem foi interrompida ontem por uma briga no plenário da Câmara entre o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o primeiro-secretário da Mesa, Inocêncio Oliveira (PL-PE). Após discutirem, os deputados trocaram empurrões e foram separados quando se ameaçavam com os punhos em riste.
A briga ocorreu quando Chinaglia respondeu, em tom de ironia, a discurso de Inocêncio, no qual o deputado do PL criticou a alteração feita pelo Senado.
Chinaglia afirmou que não havia acordo para votar a MP e, portanto, que ela seria analisada somente na próxima terça-feira.
Irritado, Inocêncio disse, ao microfone, que Chinaglia estava "nervosinho" e que "esse governo não gosta de aposentados".
"Este governo não gosta de aposentado. O governo tem horror a aposentado. Repito, tem horror a aposentado. Diziam que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tinha horror a aposentando. Diria que tinha, também, um pouquinho, porque fomos obrigados a votar algumas coisas. Mas este governo tem muito mais", afirmou, em referência à alteração no texto.
Chinaglia reagiu à provocação: "Nervosinho é caracterização que não aceito". Na seqüência, os deputados se atracaram no plenário e foram separados por diversos deputados.
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), lamentou o incidente e ameaçou suspender a sessão, promessa que cumpriu nos minutos seguintes. "O que é isso? Por favor, senhores, não façam uma coisa dessas, pelo amor de Deus. Não precisamos disso, não vamos gastar a valentia e a coragem, duas virtudes. Não façam isso, por favor."
Inocêncio não quis falar com a imprensa, mas, em uma roda de deputados, disse: "No plenário todo mundo é valente porque tem sempre gente para apartar, quero ver no corredor. Um dia, encontro ele no corredor".


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