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Operação derruba dólar e impulsiona Bolsa
DA REPORTAGEM LOCAL
O sucesso da captação do
Santander derruba a cotação
do dólar, que bateu ontem no
piso de R$ 1,752, menor patamar em um ano. Ela gera um
clima perigoso de euforia, que
abre oportunidade para empresas desengavetarem antigos
projetos de ofertas de ações.
A expectativa do mercado é
que as empresas captem pelo
menos R$ 40 bilhões ainda neste ano com a venda de novas
ações, sendo que a maioria dos
recursos virá de investidores
estrangeiros.
No momento, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
analisa cinco aberturas de capital -Cetip, Direcional Engenharia, Aliansce Shoppings,
Brazilian Finance & Real State
e JBS USA- e mais cinco ofertas de ações de empresas que já
estão no mercado -Gol, Brookfield, CCR, Iguatemi Shopping
e Marfrig.
Entre as ofertas, o destaque
fica para as construtoras que
buscam levantar dinheiro agora para fazer caixa para comprar terrenos e insumos. Elas
querem se preparar para um
possível boom de imóveis para
baixa renda a partir de 2010
com o programa federal Minha
Casa, Minha Vida.
No caso específico do Santander, a previsão é que pelo
menos 50% dos R$ 14,1 bilhões
sejam de investidores estrangeiros, que entrarão até o dia
13, data da liquidação da operação no Brasil. Segundo Sidnei
Nehme, diretor da corretora
NGO, a oferta do Santander sozinha deve trazer algo próximo
de US$ 7 bilhões ao país nos
próximos dias.
"A Bovespa convive com o
clima otimista irradiado pela
oferta do Santander e de outros
em perspectiva, mas também
reflete o retorno dos investidores estrangeiros focando obtenção de retorno, que atualmente está muito difícil de obter nos países desenvolvidos
que estão praticando juros
muito baixos e que acabam por
estimular operações especulativas que buscam os países
emergentes. A alta das commodities fortalece e estimula a alta
[da Bolsa]", disse.
"Se a oferta do Santander não
decepcionar [na estreia dos negócios] e os mercados internacionais permanecerem com
viés positivo, o dólar pode se
aproximar ainda mais do patamar de R$ 1,75 e até romper esse nível de preço. Se a participação de estrangeiros no lançamento do Santander for muito
maior do que a prevista, a cotação pode até caminhar em direção ao patamar de R$ 1,70 nos
próximos dias", disse Miriam
Tavares, diretora da corretora
de câmbio AGK.
Novos bancos
Para João Augusto Salles,
analista de bancos da consultoria Lopes Filho, o sucesso da
operação do Santander abre
oportunidade para a abertura
de capital de bancos, como o
mineiro BMG, um dos líderes
em empréstimos consignados,
e o Banestes, o banco do Estado
do Espírito Santo, que perdeu
negociação para a venda ao
Banco do Brasil.
Salles afirma que o próprio
BTG Pactual, banco de investimento presente na maioria das
ofertas de ações, poderia levantar dinheiro na Bolsa. "Tudo virá com o sucesso da operação
do Santander", disse.
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