São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Matéria-prima pressiona IGP-DI em setembro

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O início da retomada da economia mundial já se reflete nos preços de commodities industriais, que puxaram para cima a inflação medida pelo IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna). Em setembro, o índice teve variação positiva de 0,25%, maior alta desde outubro do ano passado, quando havia subido 1,09%.
"O reaquecimento da economia mundial provoca alta nas taxas para a indústria, especialmente entre os materiais para manufatura. Isso tem a ver com o cenário mundial", afirmou o economista Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O IPA (Índice de Preços por Atacado) subiu 0,29% em setembro. O indicador foi influenciado, principalmente, pelos produtos industriais, que avançaram 0,63%, o que resultou numa contribuição de 0,40 ponto percentual dentro desse índice.
Por outro lado, impactados pelos alimentos "in natura", os itens agrícolas tiveram deflação de 0,76%. Isso significou uma contribuição negativa de 0,19 ponto percentual, compensando, em parte, a alta dos produtos industriais.
Ainda no atacado, o preço do açúcar cristal ficou 19,04% mais caro, após alta de 5,62% em agosto.
O impacto do açúcar, segundo Quadros, foi compensado pela queda no preço do tomate. Mesmo assim, o economista explicou que a quebra na safra na Índia, segundo maior produtor mundial, vem fazendo com que o produto seja exportado em maior quantidade.
Na esteira da alta da cana-de-açúcar, que foi de 1,45% para 3,33% em setembro, o álcool hidratado subiu 7,71%, depois de elevação de 3,55% em agosto.
"Há repercussão no preço do álcool. Como se produz mais açúcar diante da forte demanda, acaba faltando álcool", observou o economista Quadros.
Para o consumidor, a alta de 0,18% do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) ficou em linha com a variação de 0,20% verificada em agosto.
No INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), a variação foi de 0,15%, ante deflação no mês anterior (0,05%).


Texto Anterior: Rumor sobre perda de poder do dólar faz ouro disparar
Próximo Texto: Europa barra aumento do poder dos emergentes no FMI
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.