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BB inicia sua reestruturação nos seguros
Banco reagrupa cinco empresas que tinha no setor em duas e anuncia "parceria estratégica" com a espanhola Mapfre
BB afirma que segue negociando com SulAmérica e que ainda mexerá nas áreas de seguridade, capitalização e saúde
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para tentar ganhar espaço no
mercado de seguros e aumentar seu lucro, o Banco do Brasil
anunciou ontem uma reorganização parcial dos negócios nesse setor. O primeiro passo foi
agrupar as cinco empresas
existentes atualmente em duas
subsidiárias: a Aliança do Brasil
e a BB Seguros.
Isso enquanto o banco negocia com seus parceiros uma
mudança na composição acionária de cada uma das empresas que atuam em diferentes
segmentos, com o objetivo de
reduzir custos e ampliar a atuação no país, assim como estão
fazendo seus principais concorrentes. A ideia é que, no futuro, segundo o diretor de Seguridade do BB, Marco Antônio
da Silva Barros, "toda área de
seguro ficará agrupada embaixo da BB Seguros".
Como esse processo depende
de um acordo com os sócios
privados, nesse primeiro momento, de concreto, o BB só
conseguiu avançar numa "parceria estratégica" com a espanhola Mapfre e na compra da
participação da SulAmérica na
empresas de seguro de veículos
(Brasilveículos).
Ainda assim, no caso da
SulAmércia -que é a principal
sócia do BB no setor de seguros
e objeto de cobiça de concorrentes- o banco disse que a
aquisição dos 30% do capital
total que a seguradora detém
ainda é uma intenção em negociação. Nos próximos 90 dias, o
banco pretende avançar com
esse acerto e também com a
reestruturação acionária das
empresas de seguridade (Brasilprev), capitalização (Brasilcap) e saúde (BrasilSaúde).
Mapfre
Já no caso da Mapfre -que é
a quinta seguradora do país e
controlada por um grupo espanhol-, o BB partiu para uma
associação que levará o banco
oficial ao primeiro lugar na
área de seguro para pessoas físicas (como vida) e segundo no
ranking de veículos e ramos
elementares (residência).
A solução foi uma saída honrosa para a inviabilidade de o
BB reverter o acordo de exclusividade por 25 anos que a espanhola mantém com a Nossa
Caixa, comprada no ano passado pelo BB. Se não fizesse a parceria, o BB teria dificuldades,
além de um concorrente dentro de casa, para vender seguros
no Estado de São Paulo, onde
está a rede de agências incorporada da Nossa Caixa.
Segundo a Folha apurou, retirar os espanhóis do negócio
era a estratégia inicial do BB.
Mas os controladores da Mapfre pediram alto para romper o
contrato de exclusividade, e o
custo não compensava. A partir
daí, passaram a buscar aliança.
A BB seguros vai criar, com
os espanhóis, uma nova empresa dedicada especificamente
aos seguros de vida, acidentes,
prestamista (pagamento de dívidas), gerais e de veículos. Ainda não foi definida as participações de cada sócio, mas o BB
deverá ser minoritário.
Juntos, BB e Mapfre terão
16% do mercado de seguros,
atrás do Bradesco (18,7%) e
pouco à frente de SulAmérica
(15,2%), Itaú Unibanco (13,3%)
e Porto Seguro (8,81%), segundo a Susep (Superintendência
de Seguros Privados).
Com a SulAmérica, a negociação não se resumirá à intenção de comprar os 30% da seguradora da Brasil Veículos
anunciada ontem. O BB ainda
discute uma solução para a
parceria que os dois têm na
Brasilsaúde (o BB tem 49,9% e
a SulAmérica 50,05%). Na Brasilcap, a sócia é a Sul América
Participações, uma holding do
grupo.
O banco negocia a compra da
participação de 21% da SulAmérica, pertencente ao grupo
holandês ING, negócio que
também foi disputado pelo
Bradesco. Além desses 21%, o
ING tem 45% da Sulasapar,
holding controladora da SulAmérica com maioria da família
Larragoiti.
Segundo o presidente do BB,
Aldemir Bendine, havia o diagnóstico de que o banco tinha
sócios que, na verdade, eram
concorrentes no mesmo mercado.
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