São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

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BB inicia sua reestruturação nos seguros

Banco reagrupa cinco empresas que tinha no setor em duas e anuncia "parceria estratégica" com a espanhola Mapfre

BB afirma que segue negociando com SulAmérica e que ainda mexerá nas áreas de seguridade, capitalização e saúde


TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para tentar ganhar espaço no mercado de seguros e aumentar seu lucro, o Banco do Brasil anunciou ontem uma reorganização parcial dos negócios nesse setor. O primeiro passo foi agrupar as cinco empresas existentes atualmente em duas subsidiárias: a Aliança do Brasil e a BB Seguros.
Isso enquanto o banco negocia com seus parceiros uma mudança na composição acionária de cada uma das empresas que atuam em diferentes segmentos, com o objetivo de reduzir custos e ampliar a atuação no país, assim como estão fazendo seus principais concorrentes. A ideia é que, no futuro, segundo o diretor de Seguridade do BB, Marco Antônio da Silva Barros, "toda área de seguro ficará agrupada embaixo da BB Seguros".
Como esse processo depende de um acordo com os sócios privados, nesse primeiro momento, de concreto, o BB só conseguiu avançar numa "parceria estratégica" com a espanhola Mapfre e na compra da participação da SulAmérica na empresas de seguro de veículos (Brasilveículos).
Ainda assim, no caso da SulAmércia -que é a principal sócia do BB no setor de seguros e objeto de cobiça de concorrentes- o banco disse que a aquisição dos 30% do capital total que a seguradora detém ainda é uma intenção em negociação. Nos próximos 90 dias, o banco pretende avançar com esse acerto e também com a reestruturação acionária das empresas de seguridade (Brasilprev), capitalização (Brasilcap) e saúde (BrasilSaúde).

Mapfre
Já no caso da Mapfre -que é a quinta seguradora do país e controlada por um grupo espanhol-, o BB partiu para uma associação que levará o banco oficial ao primeiro lugar na área de seguro para pessoas físicas (como vida) e segundo no ranking de veículos e ramos elementares (residência).
A solução foi uma saída honrosa para a inviabilidade de o BB reverter o acordo de exclusividade por 25 anos que a espanhola mantém com a Nossa Caixa, comprada no ano passado pelo BB. Se não fizesse a parceria, o BB teria dificuldades, além de um concorrente dentro de casa, para vender seguros no Estado de São Paulo, onde está a rede de agências incorporada da Nossa Caixa.
Segundo a Folha apurou, retirar os espanhóis do negócio era a estratégia inicial do BB. Mas os controladores da Mapfre pediram alto para romper o contrato de exclusividade, e o custo não compensava. A partir daí, passaram a buscar aliança.
A BB seguros vai criar, com os espanhóis, uma nova empresa dedicada especificamente aos seguros de vida, acidentes, prestamista (pagamento de dívidas), gerais e de veículos. Ainda não foi definida as participações de cada sócio, mas o BB deverá ser minoritário.
Juntos, BB e Mapfre terão 16% do mercado de seguros, atrás do Bradesco (18,7%) e pouco à frente de SulAmérica (15,2%), Itaú Unibanco (13,3%) e Porto Seguro (8,81%), segundo a Susep (Superintendência de Seguros Privados).
Com a SulAmérica, a negociação não se resumirá à intenção de comprar os 30% da seguradora da Brasil Veículos anunciada ontem. O BB ainda discute uma solução para a parceria que os dois têm na Brasilsaúde (o BB tem 49,9% e a SulAmérica 50,05%). Na Brasilcap, a sócia é a Sul América Participações, uma holding do grupo.
O banco negocia a compra da participação de 21% da SulAmérica, pertencente ao grupo holandês ING, negócio que também foi disputado pelo Bradesco. Além desses 21%, o ING tem 45% da Sulasapar, holding controladora da SulAmérica com maioria da família Larragoiti.
Segundo o presidente do BB, Aldemir Bendine, havia o diagnóstico de que o banco tinha sócios que, na verdade, eram concorrentes no mesmo mercado.


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