São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Depósitos na poupança batem saques em R$ 3,5 bi

Saldo positivo registrado no mês passado foi o segundo melhor do ano

Desde maio passado, saldo está positivo em R$ 17 bi; reação negativa da base aliada mantém proposta de taxação na gaveta


EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A caderneta de poupança registrou em setembro o quinto mês consecutivo de entrada de recursos, apesar das discussões dentro do governo sobre taxar ou não as aplicações acima de R$ 50 mil a partir de 2010.
Segundo dados do Banco Central, a poupança teve captação positiva de R$ 3,5 bilhões no mês passado -o segundo melhor resultado do ano. O número é a diferença entre depósitos de R$ 84,8 bilhões e saques de R$ 81,3 bilhões.
Depois da fuga de recursos verificada entre outubro de 2008 e abril deste ano, período em que houve a saída de R$ 6 bilhões, a caderneta voltou a registrar resultados positivos a partir de maio. Desde então, os depósitos superam os saques em mais de R$ 17 bilhões.
Nos últimos 12 meses, o resultado da poupança acompanhou o desempenho da economia brasileira: houve saída de recursos no pior momento da crise econômica, seguida por aumento da captação nos meses seguintes.
Um dos argumentos do governo para taxar as poupanças de maior valor era o temor de que houvesse fuga de dinheiro dos fundos de investimento -que compram títulos da dívida pública- para a caderneta. Mas, apesar de a captação da poupança no acumulado do ano superar em 50% o verificado no mesmo período de 2008, o resultado ainda está abaixo do recorde alcançado há apenas dois anos. Nos nove primeiros meses de 2007, a poupança recebeu quase R$ 20 bilhões em novos recursos, ante R$ 15,7 bilhões neste ano.
Dados sobre fundos, coletados pela Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), mostram que também não há fuga desse tipo de investimento. Juntos, os fundos DI e de renda fixa apresentaram a saída de R$ 640 milhões em setembro, mas registram a entrada de R$ 1 bilhão no ano.
Em relação à rentabilidade, a poupança acumula retorno de 5,28% neste ano. Os fundos DI, que acompanham a taxa básica de juros, renderam 7,87% no período (sem imposto).

Duas propostas
Desde o início do ano, o Ministério da Fazenda já apresentou duas propostas para taxar a poupança. A primeira foi abandonada ainda no primeiro semestre. A segunda, uma versão simplificada da primeira, foi apresentada em meados de setembro, mas ainda está na gaveta devido à reação negativa por parte da base aliada do governo na Câmara e Senado.
A mudança na tributação depende de aprovação no Congresso, que precisa votar a alteração até 31 de dezembro, para que ela passe a valer no próximo ano.


Texto Anterior: Vaivém das commodities
Próximo Texto: Juíza aceita plano de recuperação da VarigLog
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.