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Depósitos na poupança batem saques em R$ 3,5 bi
Saldo positivo registrado no mês passado foi o segundo melhor do ano
Desde maio passado, saldo está positivo em R$ 17 bi; reação negativa da base aliada mantém proposta
de taxação na gaveta
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A caderneta de poupança registrou em setembro o quinto
mês consecutivo de entrada de
recursos, apesar das discussões
dentro do governo sobre taxar
ou não as aplicações acima de
R$ 50 mil a partir de 2010.
Segundo dados do Banco
Central, a poupança teve captação positiva de R$ 3,5 bilhões
no mês passado -o segundo
melhor resultado do ano. O número é a diferença entre depósitos de R$ 84,8 bilhões e saques de R$ 81,3 bilhões.
Depois da fuga de recursos
verificada entre outubro de
2008 e abril deste ano, período
em que houve a saída de R$ 6
bilhões, a caderneta voltou a registrar resultados positivos a
partir de maio. Desde então, os
depósitos superam os saques
em mais de R$ 17 bilhões.
Nos últimos 12 meses, o resultado da poupança acompanhou o desempenho da economia brasileira: houve saída de
recursos no pior momento da
crise econômica, seguida por
aumento da captação nos meses seguintes.
Um dos argumentos do governo para taxar as poupanças
de maior valor era o temor de
que houvesse fuga de dinheiro
dos fundos de investimento
-que compram títulos da dívida pública- para a caderneta.
Mas, apesar de a captação da
poupança no acumulado do
ano superar em 50% o verificado no mesmo período de 2008,
o resultado ainda está abaixo
do recorde alcançado há apenas dois anos. Nos nove primeiros meses de 2007, a poupança
recebeu quase R$ 20 bilhões
em novos recursos, ante R$ 15,7
bilhões neste ano.
Dados sobre fundos, coletados pela Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento), mostram que também
não há fuga desse tipo de investimento. Juntos, os fundos DI e
de renda fixa apresentaram a
saída de R$ 640 milhões em setembro, mas registram a entrada de R$ 1 bilhão no ano.
Em relação à rentabilidade, a
poupança acumula retorno de
5,28% neste ano. Os fundos DI,
que acompanham a taxa básica
de juros, renderam 7,87% no
período (sem imposto).
Duas propostas
Desde o início do ano, o Ministério da Fazenda já apresentou duas propostas para taxar a
poupança. A primeira foi abandonada ainda no primeiro semestre. A segunda, uma versão
simplificada da primeira, foi
apresentada em meados de setembro, mas ainda está na gaveta devido à reação negativa
por parte da base aliada do governo na Câmara e Senado.
A mudança na tributação depende de aprovação no Congresso, que precisa votar a alteração até 31 de dezembro, para
que ela passe a valer no próximo ano.
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