São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRABALHO

Metalúrgicos insistem em reposição acima da inflação; CUT aceita

Força pode decretar paralisação

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Força Sindical vai reunir amanhã em assembléia cerca de 3.000 metalúrgicos para aprovar greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira nas fábricas de São Paulo se não houver proposta de reajuste salarial acima de inflação. Até ontem, nenhum sindicato patronal havia proposto aumento real nos salários.
Enquanto a central deve decretar greve, a CUT deve aprovar o reajuste proposto pelo setor de autopeças: pagamento de 100% da inflação acumulada nos últimos 12 meses medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o percentual deve ficar entre 9,7% e 10%.
"Caso os empresários não apresentem proposta acima da inflação, as fábricas param na próxima semana. Só não vai parar quem oferecer aumento real", disse Eleno José Bezerra, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical).
Segundo ele, o impasse nas negociações foi criado pela CUT, que aceitou a reposição da inflação, desde 2000, ao fechar acordo com as montadoras.
Para o negociador do Sindipeças (representa empresas de autopeças), Drausio Rangel, a referência para as negociações deste ano é mesmo a reposição da inflação. "Além de a CUT ter aceitado, trabalhadores dos setores de papel e papelão e químico também negociaram reajuste com base na inflação. Esse é o parâmetro", disse.
Não houve acordo ontem nas negociações do grupo 10 (lâmpadas, estamparia, entre outras) com metalúrgicos das duas centrais. Os empresários condicionam o pagamento de reajuste à retirada de cláusula que garante estabilidade para portadores de doença profissional e acidente de trabalho.


Texto Anterior: O bufar do dragão: Consumidor muda hábito contra inflação
Próximo Texto: Panorâmica - Comércio exterior: Brasil e Europa fecham acordo na área têxtil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.