São Paulo, sábado, 07 de dezembro de 2002

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ÁGUIA EM TRANSE

Taxa, que estava em 5,7%, aumentou mais do que o previsto; em um mês, economia perde 40 mil vagas

Desemprego volta a subir e vai a 6% nos EUA

DA REDAÇÃO

A taxa de desemprego cresceu de maneira inesperada nos EUA e foi a 6% em novembro, ante 5,7% no mês anterior. A economia do país eliminou 40 mil postos de trabalho no período, a maior redução desde fevereiro.
De acordo com o Departamento do Trabalho dos EUA, o índice de 6% se iguala ao registrado em abril deste ano. O número ficou bem acima das expectativas dos analistas, que esperavam um aumento bem mais modesto, para 5,8%. Desde 1994, quando o país ainda sofria os efeitos da recessão de 91, o desemprego não atingia níveis tão elevados.
Há dois anos, a taxa de desemprego estava em 4% da PEA (população economicamente ativa). O salto de dois pontos percentuais no índice significa que cerca de 2 milhões de pessoas perderam o emprego no período.
"Os números são um choque, deram a impressão de que a economia voltou a patinar", disse Ram Bhagavatula, economista-chefe do Royal Bank of Scotland Financial Markets.
O aumento no desemprego foi recebido com surpresa ainda maior porque recentemente havia ocorrido uma melhora nos principais indicadores, o que trouxera a sensação de que a atividade estaria recuperando o fôlego. A confiança dos consumidores se recuperou, as encomendas à indústria cresceram e os pedidos de seguro-desemprego vem cedendo.
A secretária do Trabalho, Elaine Chao, reconheceu que os números do emprego não são compatíveis com os demais indicadores. "A economia saiu da estagnação, mas ainda é um pouco incerto seu destino nos próximos meses", disse Chao, em entrevista a rede de TV CNBC.
Para os economistas, há muita incerteza sobre o que ocorrerá no futuro próximo, e isso inibe os investimentos empresariais e a contração de novos empregados. Os EUA podem atacar o Iraque e o secretário do Tesouro, Paul O'Neill, acaba de deixar o cargo.
Em um sinal de que ainda não há espaço para novas contratações, a média semanal de horas trabalhadas permaneceu estável no mês passado (34,2 horas).

Juros
O aumento na taxa de desemprego trouxe a especulação de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) talvez faça um novo corte na taxa de juros, em sua próxima reunião, na terça-feira. No mês passado, a instituição decidiu reduzir os juros em 0,5 ponto percentual, trazendo a taxa para 1,25% ao ano -a menor dos últimos 41 anos.


Com agências internacionais


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