São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 2006

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Dólar ignora medida do BC e cai ao menor nível em 1 mês

Instituição elevou teto de exposição cambial de bancos

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar iniciou as operações de ontem repercutindo a decisão do BC de ampliar o limite de exposição cambial dos bancos. A moeda chegou a ser vendida a R$ 2,158 (alta de 0,28%). Mas acabou por perder força e terminou o dia trocando de mãos a R$ 2,146 (baixa de 0,28%). Foi a menor cotação da moeda norte-americana desde o dia 9 de novembro.
O BC decidiu elevar o teto de exposição cambial -o limite para negociar moeda estrangeira- dos bancos de 30% para 60% de seu patrimônio. Isso significa que os bancos passaram a ter o dobro de espaço para realizar operações cambiais.
Em Nova York, o presidente do BC, Henrique Meirelles, lembrou que o mercado cambial está sendo gradualmente modernizado no país. "Essa é mais uma restrição que é eliminada", disse Meirelles.
Segundo Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, o aumento é bom porque retorna a um limite normal e seria uma tentativa de incentivo para o BC não ficar sozinho na compra, para que os bancos tenham mais espaço para comprar dólares.
Em 2002, quando o dólar disparou e encostou nos R$ 4, o BC tomou atitude contrária, como forma de inibir os negócios de câmbio dos bancos.
Mas a continuidade do fluxo positivo de dólares para o país parece não favorecer um cenário de depreciação do real. Neste mês, a moeda americana registra recuo de 0,97% diante do real. No ano, a queda acumulada pelo dólar está em 7,70%.
Em novembro, a entrada de dólares no mercado de câmbio bateu a saída em US$ 5,5 bilhões. Com isso, o fluxo cambial acumulado no ano ficou positivo em US$ 40,73 bilhões -o melhor resultado da série histórica feita pelo BC. Em 2005, esse saldo foi superavitário em US$ 18,819 bilhões.

Ações
A Bolsa de Valores de São Paulo também oscilou em momentos de alta e baixa ontem. No fim das operações, a Bolsa paulista marcava perdas de 0,14%, aos 43.096 pontos.
Durante o pregão, o índice Ibovespa, o principal do mercado, cravou nova máxima histórica (43.422 pontos). Mas a valorização da Bolsa fez investidores optarem por vender ações e embolsar os lucros acumulados nos últimos pregões.
Apesar do recuo, a Bovespa mostra ainda bom desempenho neste mês, com valorização acumulada de 2,78%.
No começo deste mês, os investidores estrangeiros seguiram mais comprando que vendendo ações no mercado acionário brasileiro, sustentando os ganhos da Bolsa. Até o dia 4, o saldo mensal das operações feitas com capital externo ficou positivo em R$ 376,18 milhões.
Como ontem o cenário americano não foi muito animador, com as Bolsas do país em queda, prevaleceu a opção de vender ações de companhias brasileiras. Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou com recuo de 0,18%; a Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 0,27%.
Hoje, o BC brasileiro divulgará a ata da última reunião do Copom. A ata trará explicações para a decisão dos integrantes do Copom, que reduziram a taxa básica da economia, a Selic, de 13,75% para 13,25%.
Conhecida a ata, os investidores devem ajustar suas projeções para a evolução da Selic no começo do próximo ano.
Ontem, na BM&F, os contratos de juros tiveram pregão tranqüilo. As taxas pouco oscilaram. No contrato DI que vence na virada do ano, a taxa fechou a 13,16%, contra 13,17% do dia anterior.


Com o Valor Online e a Reuters

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