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Dólar ignora medida do BC e cai ao menor nível em 1 mês
Instituição elevou teto de exposição cambial de bancos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar iniciou as operações
de ontem repercutindo a decisão do BC de ampliar o limite
de exposição cambial dos bancos. A moeda chegou a ser vendida a R$ 2,158 (alta de 0,28%).
Mas acabou por perder força e
terminou o dia trocando de
mãos a R$ 2,146 (baixa de
0,28%). Foi a menor cotação da
moeda norte-americana desde
o dia 9 de novembro.
O BC decidiu elevar o teto de
exposição cambial -o limite
para negociar moeda estrangeira- dos bancos de 30% para
60% de seu patrimônio. Isso
significa que os bancos passaram a ter o dobro de espaço para realizar operações cambiais.
Em Nova York, o presidente
do BC, Henrique Meirelles,
lembrou que o mercado cambial está sendo gradualmente
modernizado no país. "Essa é
mais uma restrição que é eliminada", disse Meirelles.
Segundo Marcelo Voss, economista-chefe da corretora Liquidez, o aumento é bom porque retorna a um limite normal
e seria uma tentativa de incentivo para o BC não ficar sozinho
na compra, para que os bancos
tenham mais espaço para comprar dólares.
Em 2002, quando o dólar disparou e encostou nos R$ 4, o
BC tomou atitude contrária,
como forma de inibir os negócios de câmbio dos bancos.
Mas a continuidade do fluxo
positivo de dólares para o país
parece não favorecer um cenário de depreciação do real. Neste mês, a moeda americana registra recuo de 0,97% diante do
real. No ano, a queda acumulada pelo dólar está em 7,70%.
Em novembro, a entrada de
dólares no mercado de câmbio
bateu a saída em US$ 5,5 bilhões. Com isso, o fluxo cambial
acumulado no ano ficou positivo em US$ 40,73 bilhões -o
melhor resultado da série histórica feita pelo BC. Em 2005,
esse saldo foi superavitário em
US$ 18,819 bilhões.
Ações
A Bolsa de Valores de São
Paulo também oscilou em momentos de alta e baixa ontem.
No fim das operações, a Bolsa
paulista marcava perdas de
0,14%, aos 43.096 pontos.
Durante o pregão, o índice
Ibovespa, o principal do mercado, cravou nova máxima histórica (43.422 pontos). Mas a valorização da Bolsa fez investidores optarem por vender
ações e embolsar os lucros acumulados nos últimos pregões.
Apesar do recuo, a Bovespa
mostra ainda bom desempenho neste mês, com valorização
acumulada de 2,78%.
No começo deste mês, os investidores estrangeiros seguiram mais comprando que vendendo ações no mercado acionário brasileiro, sustentando
os ganhos da Bolsa. Até o dia 4,
o saldo mensal das operações
feitas com capital externo ficou
positivo em R$ 376,18 milhões.
Como ontem o cenário americano não foi muito animador,
com as Bolsas do país em queda, prevaleceu a opção de vender ações de companhias brasileiras. Em Wall Street, o índice
Dow Jones fechou com recuo
de 0,18%; a Bolsa eletrônica
Nasdaq caiu 0,27%.
Hoje, o BC brasileiro divulgará a ata da última reunião do
Copom. A ata trará explicações
para a decisão dos integrantes
do Copom, que reduziram a taxa básica da economia, a Selic,
de 13,75% para 13,25%.
Conhecida a ata, os investidores devem ajustar suas projeções para a evolução da Selic
no começo do próximo ano.
Ontem, na BM&F, os contratos de juros tiveram pregão
tranqüilo. As taxas pouco oscilaram. No contrato DI que vence na virada do ano, a taxa fechou a 13,16%, contra 13,17% do
dia anterior.
Com o Valor Online e a Reuters
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