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Bolsa avança 1,33% e bate o 43º recorde deste ano
Medida do governo dos EUA anima mercado; dólar recua
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Há menos de duas semanas, a
Bovespa desceu para os 59 mil
pontos e levantou dúvidas em
relação a seu desempenho no
último bimestre de 2007. Mas
foi só o mau humor internacional se dissipar que a Bolsa de
Valores de São Paulo retomou a
rota de alta, marcando novo patamar recorde nas operações
de ontem. Com valorização de
1,33%, fechou a inéditos 65.790
pontos, o que representou seu
43º recorde obtido no ano.
As últimas semanas têm exigido calma dos investidores,
pois a forte instabilidade vem
levando a Bovespa a subir e
descer com rapidez.
No último dia 26, a Bovespa
sofria com queda mensal acumulada de 9,57%, aos 59.069
pontos. De lá para cá, superou o
momento mais crítico e conseguiu acumular ganhos de 11,4%.
A pontuação representa o valor
de mercado das companhias
listadas na Bolsa. No ano, a Bovespa passou a ter alta de 48%.
"O movimento de hoje [ontem] não foi surpresa. A Bovespa acompanhou o mercado positivo lá fora, que tem respondido aos esforços oficiais que
buscam dar uma acalmada nas
tensões em torno do "subprime'", afirmou Flávio Zullo, gerente da HSBC Corretora.
O mercado de câmbio não se
isolou e o resultado foi a queda
de 1,28% registrada pelo dólar,
que desceu a R$ 1,775.
Ontem, o presidente dos
EUA, George W. Bush, anunciou medidas para evitar a continuidade no aumento de execuções de hipotecas (leia à pág.
B6). O que mais agradou ao
mercado foi o congelamento
dos juros das hipotecas.
A reação dos investidores em
Wall Street pode ser vista no
resultado das Bolsas: o índice
Dow Jones apreciou-se em
1,30%, e a Nasdaq subiu 1,60%.
Desde o fim de julho, a crise
que abalou o segmento de crédito habitacional de alto risco
nos EUA -o "subprime"- passou a afetar o desempenho do
mercado financeiro global. Para o Brasil, a elevada presença
de estrangeiros no mercado teve influência sobre as operações da Bolsa de Valores.
Novembro, por exemplo,
amargou saldo negativo de R$
3,37 bilhões nos negócios de
compra e venda de ações feitos
pelos estrangeiros -o pior resultado mensal em mais de
uma década. Mas, com a recente reversão desse movimento, a
Bovespa voltou a buscar patamares recordes.
Zullo afirma ter notado uma
elevação no interesse dos estrangeiros por ações brasileiras
nos últimos dias. "Temos tido
muita consulta de investidores
estrangeiros, algo que tinha
acalmado nos últimos três meses. Os estrangeiros têm se movimentado, retomando as compras com maior força", disse.
Até o dia 4, as compras de
ações brasileiras feitas com capital externo superaram as
vendas em R$ 482,3 milhões.
O próximo grande evento
aguardado pelo mercado é a
reunião do Fed (BC dos EUA),
no dia 11, que definirá os juros
no país, hoje em 4,5%.
Altas e baixas
No pregão de ontem, o primeiro após a manutenção da
taxa básica Selic em 11,25% pelo Copom, as ações do setor
bancário se destacaram.
No topo das valorizações do
índice Ibovespa, apareceu a
ação ON (ordinária) do Banco
do Brasil, que subiu 4,83%. O
papel preferencial do Bradesco
conquistou alta de 2,89%, e a
ação unit do Unibanco, 2,53%.
Entre as perdas mais pesadas
do pregão de ontem, esteve a
ação PN da Net, com baixa de
7,21%. O recuo ocorreu após a
Anatel divulgar, anteontem,
novo regulamento que acaba
com a cobrança de ponto extra
nos serviços de TV por assinatura.
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