São Paulo, sexta-feira, 07 de dezembro de 2007

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Bolsa avança 1,33% e bate o 43º recorde deste ano

Medida do governo dos EUA anima mercado; dólar recua

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há menos de duas semanas, a Bovespa desceu para os 59 mil pontos e levantou dúvidas em relação a seu desempenho no último bimestre de 2007. Mas foi só o mau humor internacional se dissipar que a Bolsa de Valores de São Paulo retomou a rota de alta, marcando novo patamar recorde nas operações de ontem. Com valorização de 1,33%, fechou a inéditos 65.790 pontos, o que representou seu 43º recorde obtido no ano.
As últimas semanas têm exigido calma dos investidores, pois a forte instabilidade vem levando a Bovespa a subir e descer com rapidez.
No último dia 26, a Bovespa sofria com queda mensal acumulada de 9,57%, aos 59.069 pontos. De lá para cá, superou o momento mais crítico e conseguiu acumular ganhos de 11,4%. A pontuação representa o valor de mercado das companhias listadas na Bolsa. No ano, a Bovespa passou a ter alta de 48%.
"O movimento de hoje [ontem] não foi surpresa. A Bovespa acompanhou o mercado positivo lá fora, que tem respondido aos esforços oficiais que buscam dar uma acalmada nas tensões em torno do "subprime'", afirmou Flávio Zullo, gerente da HSBC Corretora.
O mercado de câmbio não se isolou e o resultado foi a queda de 1,28% registrada pelo dólar, que desceu a R$ 1,775.
Ontem, o presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou medidas para evitar a continuidade no aumento de execuções de hipotecas (leia à pág. B6). O que mais agradou ao mercado foi o congelamento dos juros das hipotecas.
A reação dos investidores em Wall Street pode ser vista no resultado das Bolsas: o índice Dow Jones apreciou-se em 1,30%, e a Nasdaq subiu 1,60%.
Desde o fim de julho, a crise que abalou o segmento de crédito habitacional de alto risco nos EUA -o "subprime"- passou a afetar o desempenho do mercado financeiro global. Para o Brasil, a elevada presença de estrangeiros no mercado teve influência sobre as operações da Bolsa de Valores.
Novembro, por exemplo, amargou saldo negativo de R$ 3,37 bilhões nos negócios de compra e venda de ações feitos pelos estrangeiros -o pior resultado mensal em mais de uma década. Mas, com a recente reversão desse movimento, a Bovespa voltou a buscar patamares recordes.
Zullo afirma ter notado uma elevação no interesse dos estrangeiros por ações brasileiras nos últimos dias. "Temos tido muita consulta de investidores estrangeiros, algo que tinha acalmado nos últimos três meses. Os estrangeiros têm se movimentado, retomando as compras com maior força", disse.
Até o dia 4, as compras de ações brasileiras feitas com capital externo superaram as vendas em R$ 482,3 milhões.
O próximo grande evento aguardado pelo mercado é a reunião do Fed (BC dos EUA), no dia 11, que definirá os juros no país, hoje em 4,5%.

Altas e baixas
No pregão de ontem, o primeiro após a manutenção da taxa básica Selic em 11,25% pelo Copom, as ações do setor bancário se destacaram.
No topo das valorizações do índice Ibovespa, apareceu a ação ON (ordinária) do Banco do Brasil, que subiu 4,83%. O papel preferencial do Bradesco conquistou alta de 2,89%, e a ação unit do Unibanco, 2,53%.
Entre as perdas mais pesadas do pregão de ontem, esteve a ação PN da Net, com baixa de 7,21%. O recuo ocorreu após a Anatel divulgar, anteontem, novo regulamento que acaba com a cobrança de ponto extra nos serviços de TV por assinatura.


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