São Paulo, sexta-feira, 07 de dezembro de 2007

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Ponto grátis pode elevar preço, dizem TVs

Associação de TVs por assinatura diz que pode compensar perda de receita com regra proibindo cobrança por ponto extra

Reajuste pode ser feito uma vez por ano e o aumento por esse motivo, segundo a Anatel, teria que ser previsto no contrato de cada cliente

TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO

As novas regras da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) sobre o ponto extra podem elevar o preço dos pacotes da TV paga para todos os assinantes, diz associação do setor. Atualmente, aqueles que têm ponto extra pagam um adicional na mensalidade, o que fica proibido a partir de junho se a manutenção do equipamento não for feita pela operadora.
Segundo o presidente da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura), Alexandre Annenberg, para driblar a perda de receita, "uma solução seria diluir o custo [dos pontos extras] com todos os assinantes". No entanto, o executivo disse que não iria se pronunciar sobre as mudanças até entrar em contato com a Anatel, o que não teria sido possível ontem, para ter certeza de que as normas não foram mal redigidas.
A assinatura paga pelo cliente pode ser reajustada uma vez por ano desde que ele seja informado com pelo menos 30 dias de antecedência. Se não concordar com o valor acrescido, o usuário pode rescindir o contrato sem ônus.
Marconi Maya, gerente de regulamentação de TV por assinatura da Anatel, explica que o aumento é possível, desde que o motivo esteja previsto no contrato de forma específica. Cláusulas genéricas, segundo ele, como alta no preço por maior custo de operação, sem detalhar qual, é considerado abusivo pelo Código de Defesa do Consumidor. Contratos novos não teriam esse empecilho.
A ativação do sinal continua a ser feita pela operadora, mas o valor cobrado a quem tiver um ponto extra que terá manutenção da empresa ou de terceiros deve ser o mesmo.
De acordo com o presidente da ABTA, o custo da operação de um ponto extra na TV a cabo chega a ser 20% do ponto principal. Na Net, que tem 46,5% do mercado, são cobrados R$ 25, independentemente do pacote. Segundo os últimos dados da ABTA, há 4,9 milhões de assinantes no Brasil. Procuradas pela reportagem, TVA e Sky não informaram os seus preços.
Sobre a possibilidade de o usuário contratar de terceiros a instalação e a manutenção do ponto extra, Annenberg afirma que "jamais poderemos permitir que alguém interfira na nossa rede". A Anatel prevê que, se houver interferências, a prestadora não pode ser responsabilizada, e o assinante responde por possíveis danos aos equipamentos da empresa, mas o presidente da ABTA ressalta que a interferência vai atingir não só aquele usuário mas "os 2.000 pontos que estão ligados na mesma célula". Para evitar isso, diz Maya, o consumidor só pode adquirir equipamentos com certificação da Anatel.


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