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Ponto grátis pode elevar preço, dizem TVs
Associação de TVs por assinatura diz que pode compensar perda de receita com regra proibindo cobrança por ponto extra
Reajuste pode ser feito uma vez por ano e o aumento por
esse motivo, segundo a Anatel, teria que ser previsto
no contrato de cada cliente
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
As novas regras da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) sobre o ponto extra podem elevar o preço dos
pacotes da TV paga para todos
os assinantes, diz associação do
setor. Atualmente, aqueles que
têm ponto extra pagam um adicional na mensalidade, o que fica proibido a partir de junho se
a manutenção do equipamento
não for feita pela operadora.
Segundo o presidente da ABTA (Associação Brasileira de
TV por Assinatura), Alexandre
Annenberg, para driblar a perda de receita, "uma solução seria diluir o custo [dos pontos
extras] com todos os assinantes". No entanto, o executivo
disse que não iria se pronunciar
sobre as mudanças até entrar
em contato com a Anatel, o que
não teria sido possível ontem,
para ter certeza de que as normas não foram mal redigidas.
A assinatura paga pelo cliente pode ser reajustada uma vez
por ano desde que ele seja informado com pelo menos 30
dias de antecedência. Se não
concordar com o valor acrescido, o usuário pode rescindir o
contrato sem ônus.
Marconi Maya, gerente de
regulamentação de TV por assinatura da Anatel, explica que
o aumento é possível, desde
que o motivo esteja previsto no
contrato de forma específica.
Cláusulas genéricas, segundo
ele, como alta no preço por
maior custo de operação, sem
detalhar qual, é considerado
abusivo pelo Código de Defesa
do Consumidor. Contratos novos não teriam esse empecilho.
A ativação do sinal continua a
ser feita pela operadora, mas o
valor cobrado a quem tiver um
ponto extra que terá manutenção da empresa ou de terceiros
deve ser o mesmo.
De acordo com o presidente
da ABTA, o custo da operação
de um ponto extra na TV a cabo
chega a ser 20% do ponto principal. Na Net, que tem 46,5% do
mercado, são cobrados R$ 25,
independentemente do pacote.
Segundo os últimos dados da
ABTA, há 4,9 milhões de assinantes no Brasil. Procuradas
pela reportagem, TVA e Sky
não informaram os seus preços.
Sobre a possibilidade de o
usuário contratar de terceiros a
instalação e a manutenção do
ponto extra, Annenberg afirma
que "jamais poderemos permitir que alguém interfira na nossa rede". A Anatel prevê que, se
houver interferências, a prestadora não pode ser responsabilizada, e o assinante responde
por possíveis danos aos equipamentos da empresa, mas o presidente da ABTA ressalta que a
interferência vai atingir não só
aquele usuário mas "os 2.000
pontos que estão ligados na
mesma célula". Para evitar isso,
diz Maya, o consumidor só pode adquirir equipamentos com
certificação da Anatel.
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