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Anfavea estuda seguro contra desemprego
DA REPORTAGEM LOCAL
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores) está
estudando levar ao governo
uma proposta que atrelará o
seguro-desemprego ao financiamento de carros. A intenção é trazer de volta às lojas os consumidores assustados com a hipótese de uma
recessão ou ameaça de desemprego no próximo ano.
"Discutimos na Anfavea,
na semana passada, a possibilidade de oferecer seguro-desemprego às pessoas que
tomam crédito para comprar
um automóvel", diz Jaime
Ardila, presidente da GM para o Brasil e o Mercosul.
Segundo ele, pela proposta, se o consumidor ficar desempregado durante o termo
do crédito, ele terá pelo menos seis meses para não realizar os pagamentos, até ter
nova oportunidade de emprego. "O crédito seria refinanciado", afirma Ardila.
"Pessoalmente, acho que seria uma boa idéia trabalhar
com o governo num seguro-desemprego."
Ardila não tem detalhes
sobre como o poder público
participaria da proposta. De
acordo com ele, a discussão
está em estágio inicial, mas
atende ao pedido do governo
por idéias que possam evitar
uma retração ainda mais forte do mercado. "Estamos
tendo discussões sobre o que
poderia ter impacto maior e
mais rápido", diz ele. "O problema não é lançar medidas,
já que o governo tem anunciado várias, mas tomar medidas que possam ser efetivadas rápido. A oportunidade
de se evitar uma recessão é
uma janela curta e pequena."
Isso porque, segundo Ardila, essa crise é diferente das
anteriores pelas quais o Brasil passou. A urgência vem da
parada súbita na economia
como um todo. "O Brasil está
acostumado com a volatilidade das economias e dos
mercados. Mas, no passado,
havia uma queda gradual da
economia", diz ele. "Desta
vez, houve um freio, com
[falta de] crédito e confiança
dos consumidores."
Além de anúncios de ajuda
como os que têm sido feitos
pelo governo, segundo Ardila, a retração no consumo
pode ser combatida com
condições ótimas de crédito
e taxas de juros menores. Para ele, o Banco Central tem
de diminuir rapidamente as
taxas de juros.
"Na situação econômica
atual, é muito mais importante estimular a economia
com forte redução de taxas
de juros do que ficar preocupado com os níveis de inflação", afirma o executivo.
(CB)
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