São Paulo, domingo, 07 de dezembro de 2008

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Anfavea estuda seguro contra desemprego

DA REPORTAGEM LOCAL

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) está estudando levar ao governo uma proposta que atrelará o seguro-desemprego ao financiamento de carros. A intenção é trazer de volta às lojas os consumidores assustados com a hipótese de uma recessão ou ameaça de desemprego no próximo ano.
"Discutimos na Anfavea, na semana passada, a possibilidade de oferecer seguro-desemprego às pessoas que tomam crédito para comprar um automóvel", diz Jaime Ardila, presidente da GM para o Brasil e o Mercosul.
Segundo ele, pela proposta, se o consumidor ficar desempregado durante o termo do crédito, ele terá pelo menos seis meses para não realizar os pagamentos, até ter nova oportunidade de emprego. "O crédito seria refinanciado", afirma Ardila. "Pessoalmente, acho que seria uma boa idéia trabalhar com o governo num seguro-desemprego."
Ardila não tem detalhes sobre como o poder público participaria da proposta. De acordo com ele, a discussão está em estágio inicial, mas atende ao pedido do governo por idéias que possam evitar uma retração ainda mais forte do mercado. "Estamos tendo discussões sobre o que poderia ter impacto maior e mais rápido", diz ele. "O problema não é lançar medidas, já que o governo tem anunciado várias, mas tomar medidas que possam ser efetivadas rápido. A oportunidade de se evitar uma recessão é uma janela curta e pequena."
Isso porque, segundo Ardila, essa crise é diferente das anteriores pelas quais o Brasil passou. A urgência vem da parada súbita na economia como um todo. "O Brasil está acostumado com a volatilidade das economias e dos mercados. Mas, no passado, havia uma queda gradual da economia", diz ele. "Desta vez, houve um freio, com [falta de] crédito e confiança dos consumidores."
Além de anúncios de ajuda como os que têm sido feitos pelo governo, segundo Ardila, a retração no consumo pode ser combatida com condições ótimas de crédito e taxas de juros menores. Para ele, o Banco Central tem de diminuir rapidamente as taxas de juros.
"Na situação econômica atual, é muito mais importante estimular a economia com forte redução de taxas de juros do que ficar preocupado com os níveis de inflação", afirma o executivo.
(CB)


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