São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda dos EUA fechou com recuo de 0,28%, a R$ 2,86; Bovespa caiu depois de 8 pregões de alta

Medidas do BC não evitam queda do dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da pressão sentida na abertura dos negócios ontem, o dólar encerrou o dia em baixa de 0,28%, a R$ 2,86.
Após o anúncio do BC, feito no início da noite de terça-feira, de que comprará dólares para fortalecer as reservas cambiais, a expectativa era se a cotação da moeda começaria a subir. Esse movimento só aconteceu na manhã de ontem, quando a moeda dos EUA chegou a R$ 2,893 (alta de 0,87%), mas não se sustentou.
"A entrada de dólares segue forte, e a expectativa é que a captação de recursos no exterior continue firme. Isso equilibra a conta, evitando que o dólar inverta a tendência atual e comece a disparar. Sem a atuação do BC, o caminho seria de apreciação do real", disse Alexandre Vasarhely, chefe da mesa de câmbio do banco ING.
As compras do BC poderiam ter acontecido já a partir de ontem, o que não ocorreu. Há muita expectativa nas mesas de câmbio sobre quando será o primeiro leilão e o preço que o BC aceitará para adquirir a moeda.
Para Alexandre Póvoa, economista e estrategista do banco Modal, o conceito de câmbio flutuante "ficou prejudicado" com a medida. "Por mais que negue, o Banco Central mostrou que trabalha com um piso para o dólar, em torno dos R$ 2,85", diz Póvoa.
A Bovespa caiu após oito pregões seguidos de alta. As ações da Petrobras, da Vale do Rio Doce e do setor elétrico puxaram a baixa de 1,09% registrada pela Bolsa de Valores de São Paulo.
A saída de Luiz Guilherme Schymura da presidência da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) não abalou as ações das teles, que foram o destaque positivo do pregão.
O Itel, que acompanha os papéis das teles, foi o único índice da Bolsa que fechou em alta, de 0,6%. Dentre as maiores valorizações do dia ficaram as ações preferenciais da Telesp Celular Participações (3,5%) e da Tele Centro Oeste (2,9%).
A Bovespa continua movimentando bastante dinheiro neste início de ano. Ontem foram negociados R$ 1,65 bilhão, volume acima da média diária registrada no ano passado (R$ 818,3 milhões).
Os C-Bonds (títulos da dívida brasileira mais negociados no mercado internacional) fecharam ontem com valorização de 0,37%, vendidos a US$ 0,9950.
(FABRICIO VIEIRA)


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