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Fundos de investimentos captam R$ 44,7 bi em 2007
Patrimônio da indústria de fundos sobe 21,6% e atinge R$ 1,1 tri, diz a Anbid
Apesar do 13º, dezembro foi pior mês, com captação negativa de R$ 21 bi; ações e poupança ganham recursos, DI e renda fixa perdem
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano de 2007 voltou a ser
marcado pela entrada expressiva de dinheiro nos fundos de
investimentos. Mesmo com os
saques pesados registrados em
dezembro, a captação líquida
do mercado de fundos no ano
totalizou R$ 44,77 bilhões.
Com isso, o patrimônio dos
fundos domésticos encerrou o
ano em R$ 1,106 trilhão -contra R$ 909,35 bilhões de 2006,
alta de 21,6%. Os dados são da
Anbid (Associação Nacional
dos Bancos de Investimento).
O mês de dezembro foi, de
longe, o mais fraco do ano, com
captação negativa de R$ 21,49
bilhões. Isso demonstra que,
apesar de o 13º salário ter injetado mais de R$ 60 bilhões na
economia, segundo estimativas, poupar não foi o principal
destino do dinheiro extra no
mês, como em dezembro de
2006, quando saques nos fundos também superaram as aplicações -em R$ 7,32 bilhões.
Ao menos os fundos de previdência privada se beneficiaram
desse montante extra de recursos. Essa categoria captou líquidos R$ 2,27 bilhões no último mês do ano, sendo o principal destaque do período. Quem
aplicou em um plano de previdência privada até o dia 28 de
dezembro poderá se beneficiar
das regras tributárias e pagar
menos IR (Imposto de Renda)
na declaração de 2008.
"De um modo geral, entendo
que o brasileiro ainda tem uma
tendência mais forte de assumir uma prestação do que economizar e guardar dinheiro.
Ainda é mais adepto do consumo do que da poupança", avalia
o administrador de investimentos Fábio Colombo.
Um dos destaques de 2007
foram os fundos de ações. A valorização da Bovespa atraiu um
volume considerável de recursos para o setor. A categoria encerrou o ano com captação líquida de R$ 18,29 bilhões.
A Bovespa encerrou 2007
com valorização de 43,65%. Os
fundos de renda fixa, que seguem os juros, deram retorno
médio próximo de 12%. A poupança rendeu 7,70% no ano.
Só os fundos multimercados
tiveram maior captação que os
fundos acionários. Esse segmento, no qual os gestores podem montar as carteiras com
diferentes ativos, como ações,
câmbio e papéis que pagam juros, captou R$ 26,84 bilhões.
Mas o rendimento médio de
11,7% foi modesto perto do desempenho da Bovespa.
Já os fundos atrelados a juros
tiveram fortes perdas de recursos. Os DI foram os que mais
sofreram, com saques de R$
16,33 bilhões. A renda fixa -
maior categoria do mercado,
com 30% do patrimônio total
dos fundos- teve captação negativa de R$ 7,46 bilhões.
Um dos inibidores da expansão do mercado de fundos foi a
retomada do interesse pela
poupança. O processo de queda
da taxa básica de juros afetou a
rentabilidade de muitas aplicações, especialmente os fundos
DI e de renda fixa -que carregam títulos públicos e privados
que pagam juros. Como, ao invés dos fundos, não há cobrança de IR e taxa de administração na poupança, seu retorno
líquido tornou-se atraente aliado ao alto grau de segurança.
O BC aponta que a poupança
deve ter encerrado 2007 com
captação superior a R$ 30 bilhões -a melhor desde 1994.
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