São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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Lupi quer regulamentar a suspensão de contrato de trabalho e prorrogar IPI menor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para evitar "abusos" por parte das empresas, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou ontem que o governo quer regulamentar a concessão da Bolsa-Qualificação -suspensão do contrato de trabalho por cinco meses com a realização de curso pelo trabalhador.
Uma resolução do Conselho Deliberativo do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) deverá restringir o pagamento do benefício. "Tenho medo de que haja abusos. Se não tiver um critério, todo mundo vai querer. É preciso haver uma avaliação", declarou o ministro.
Um exemplo do uso do benefício é o acordo feito nesta semana pela montadora Renault para suspensão do contrato de trabalho de mil funcionários.
"Vamos definir critérios que não podem ser contra o trabalhador. Mas o FAT [que custeia o benefício] não pode ser um fundo de amparo ao empresário", afirmou Lupi. Ele acrescentou que a bolsa pode ser usada de forma fraudulenta em alguns casos, o que poderá ser coibido com a regulamentação.
Ontem, o ministro pediu publicamente ao Ministério da Fazenda que prorrogue a vigência da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros como forma de atenuar os efeitos da crise na cadeia produtiva do setor automotivo.
"Acho que o governo vai ter de prorrogar. Está dando certo", disse ele, que também fez um apelo ao Banco Central para reduzir os juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) -marcada para os dias 20 e 21 deste mês.
Segundo o ministro, com a escassez de crédito ocasionada pela crise, não adianta os recursos voltarem a ser oferecidos se o custo continuar alto. "Espero que o Copom tenha sensibilidade porque essas altas taxas de juros são proibitivas."
Lupi voltou a afirmar que somente em março o mercado de trabalho deverá apresentar sinais de recuperação. Na avaliação do ministro, o governo não precisará ampliar o número de parcelas do seguro-desemprego até lá, pois até agora nenhum setor apresentou volume expressivo de demissões.
Pelas regras atuais, o governo pode pagar duas parcelas adicionais de seguro-desemprego a desempregados de setores com muitos desligamentos. As centrais sindicais pediram ao governo que estendesse o benefício a até dez parcelas.


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