da Sucursal de Brasília

O embaixador Celso Lafer foi eleito ontem presidente do Conselho Geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) por um ano. O órgão tem poder de tomar decisões sobre qualquer questão relativa a acordos multilaterais apresentada por um dos países-membros.
O embaixador foi ministro das Relações Exteriores de abril a outubro de 1992, durante o governo Fernando Collor de Mello. É um dos intelectuais fundadores do PSDB.
O fato foi recebido no Itamaraty como prova de a que a situação do Brasil diante da OMC não é tão ruim como parece.
No próximo dia 17, o regime automotivo brasileiro será o tema de consultas formais solicitadas pelos Estados Unidos à OMC.
Outros membros da OMC também se mostram insatisfeitos com a política industrial e com outras medidas tomadas pelo governo brasileiro -como a formação do Mercosul (Mercado Comum do Sul) e a proteção a brinquedos e produtos têxteis.
A nomeação de Lafer também mostra que houve pouca repercussão das últimas declarações do ministro das Comunicações, Sérgio Motta. Anteontem, ele disse que o secretário-geral da OMC, Renato Ruggiero, ``não sabe de nada''.
``Eles (Estados Unidos e OMC) não têm direito de dar puxão de orelha na gente; nós é que vamos dar puxão de orelha neles'', afirmou Motta, referindo-se às restrições ao projeto da Lei Geral de Telecomunicações.
Lafer atualmente é o representante permanente do Brasil junto aos organismos internacionais localizados em Genebra (Suíça).

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