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ARGENTINA
Italianos pedem suspensão da troca da dívida
SILVANA ARANTES
DE BUENOS AIRES
Credores italianos pediram ontem a suspensão da oferta de troca da dívida pública da Argentina
em seu país. Eles acusam o governo argentino de tentar violar regras da oferta que foi aprovada
pela Consob (comissão de valores
da Itália).
A violação estaria caracterizada
no projeto de lei sobre a renegociação da dívida que o governo argentino enviou na semana passada ao Congresso.
Num esforço para pressionar
credores a aderir à oferta e convencê-los de que a proposta não
será melhorada, o projeto impede
o Ministério da Economia de reabrir a oferta após seu encerramento (25/2) e determina que serão retirados do mercado os bônus que não aderirem à troca.
O projeto foi aprovado pelo Senado, onde tramitou com urgência. Amanhã, será votado pela Câmara de Deputados, que pode dar
ao texto o aval definitivo.
Como a aprovação ainda é parcial, o Comitê de Credores Argentinos, que reúne cerca de mil investidores, solicitou à Consob que
a suspensão da troca de títulos seja uma medida cautelar.
A Itália possui cerca de 450 mil
credores da dívida argentina e
15% dos US$ 81,8 bilhões (R$
212,9 bilhões) de títulos em reestruturação. A Argentina decretou
a moratória com os credores privados em dezembro de 2001. A
oferta de renegociação prevê descontos de até 75% no valor dos
papéis e prazos de pagamento de
até 42 anos.
Por exigência da Consob, o governo argentino deve informar os
resultados da troca a cada semana. Ontem, quando deveriam ser
divulgados os números da terceira semana, o Ministério da Economia anunciou que a atualização dos dados não estava completa e previu sua divulgação hoje.
No entanto, o ministro da Economia, Roberto Lavagna, disse que a
troca está "em torno de 35%".
De acordo com o último anúncio oficial, o índice de adesão à
troca estava em 26,6% (na segunda semana). O número atual seria
de apenas 29%, segundo o jornal
"Ambito Financiero".
Ao lançar a oferta, Lavagna afirmou que um índice de adesão de
50% seria suficiente para que o
país se considerasse fora da moratória. A maioria dos analistas, no
entanto, avalia que uma adesão
menor do que 70% deixaria a Argentina vulnerável -o país ficaria longe de novos investimentos
estrangeiros, sujeito a milionárias
cobranças na Justiça e com um
volume grande de dívida.
Com agências internacionais
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