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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Leme vê ação especulativa no câmbio contra Banco Central
A forte apreciação do câmbio
foi fruto de um movimento de
especulação de grandes investidores contra o BC.
Os investidores testaram até
que ponto o BC estava disposto
a intervir no câmbio para frear
a apreciação do real. Desde anteontem à noite, essa ação recuou, tanto que o dólar até subiu um pouco ontem.
A análise é do economista
Paulo Leme, da Goldman
Sachs. Ele evitou o termo "ataque especulativo", que considerou tecnicamente incorreto, e
falou em "teste contra o BC".
O problema, segundo Leme,
é que esses movimentos especulativos serão recorrentes daqui para a frente. O elevado superávit cambial e os juros altos
são iscas fáceis para atrair dinheiro de fora.
O movimento especulativo
foi feito principalmente por
meio de empréstimos em bancos japoneses. Aproveitando a
contínua desvalorização do iene e as taxas irrisórias de juros,
grandes investidores tomaram
dinheiro no Japão e aplicaram
nos vários mercados brasileiros, seja em renda fixa, Bovespa
ou na BM&F.
Só para dar uma idéia, os contratos futuros diretos de câmbio na BM&F subiram de US$ 1
bilhão para US$ 7 bilhões nas
duas últimas semanas.
Desde anteontem, no entanto, os investidores inverteram a
posição. O motivo, segundo Leme, foi a reunião dos países do
G7 no próximo fim de semana.
A expectativa é que o grupo decida frear a contínua desvalorização da moeda japonesa. "Os
investidores não vão peitar o
G7", diz.
Leme diz que a solução para o
Brasil evitar novas ações desse
tipo é simples. Basta o país se
abrir mais para as importações,
o que fará com que baixe o superávit cambial. Além disso,
contribuirá para a redução dos
juros.
Ele não concorda com a avaliação comum de que a redução
do ritmo da queda do juro contribuiu para esse movimento.
"Os canhões dos juros têm
que estar estritamente apontados para a inflação. Se o BC começar a misturar taxa de câmbio com o resultado do futebol
do fim de semana para calcular
o juro, aí será muito complicado", afirma.
REUNIÃO LATINA
Começou ontem a primeira conferência de CEOs da América Latina e Caribe do HSBC. O evento reúne, sob o comando de Sandy Flockhart, presidente da nova divisão regional,
os CEOs dos 14 países em que o banco passou a atuar em
2006, com a compra do grupo Banístmo. "O objetivo é desenvolver um crescimento gradual e orgânico na região, o
que não elimina o fato de estar atento a oportunidades de
mercado, como aconteceu com a compra do Banístmo, que
possibilitou a entrada do HSBC na Colômbia, na Costa Rica,
em Honduras, na Nicarágua e no Panamá", diz Flockhart.
Filme "Borat" eleva receita da News Corp.
A News Corp., proprietária do estúdio cinematográfico Twentieth Century Fox,
disse que seu lucro recuou
24% no segundo trimestre
fiscal, sobre o ano fiscal anterior, mas teve um salto de
18% em sua receita, gerado
pelo sucesso nas bilheterias
de "Borat". A receita subiu
para US$ 7,84 bilhões.
O filme, um falso documentário, mostra o repórter
do Cazaquistão (o inglês Sacha Baron Cohen) "desbravando" os EUA. A produção
consumiu US$ 18 milhões
em sua produção e já faturou
US$ 248 milhões nas bilheterias de todo o mundo.
No Brasil, o filme será lançado no dia 23 deste mês.
PESQUISA
Roger Agnelli, presidente
da Vale, ampliou os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Do orçamento deste ano, de US$ 6,3
bilhões, a área receberá
US$ 406 milhões. Do total,
US$ 120 milhões vão para
exploração mineral, US$ 58
milhões irão para estudos
conceituais, e US$ 228 milhões, para P&D propriamente dito, com destaque
para inovações tecnológicas.
NO PALCO
Roberto Lima, presidente
da Vivo, será o único empresário do Brasil a falar no
3GSM Congress, na próxima
semana, em Barcelona.
DOHA
Para a CNI, a retomada da
Rodada Doha é a oportunidade para a inclusão dos
acordos setoriais nas negociações internacionais. A posição da entidade foi definida ontem, pelo Conselho de
Integração Internacional,
em reunião com o ministro
Carlos Márcio Cozendey, o
novo chefe do departamento
econômico do Itamaraty.
BEM-CASADO
A promoção casada do
Speedy, da Telefônica, com
TV por assinatura (TVA e
DTHi) quase dobrou o número de pacotes vendidos,
que passaram de 1.300 para
2.500 por dia.
NA TELA
Contrariando projeções
de que as vendas dobrariam
em 2006, os DVDs fecharam
com alta de 7%. Segundo balanço que a Eletros (associação do setor) divulga hoje,
foram comercializados cerca de 8 milhões de unidades.
Para Paulo Saab, presidente
da Eletros, os DVDs importados, principalmente os de
países asiáticos, avançaram
no país, reduzindo a participação local.
GLOBALIZADA
A Caixa inaugura hoje seu
primeiro escritório internacional, em Hamamatsu, no
Japão, onde residem cerca
de 20 mil brasileiros. O próximo será em Nova Jersey. A
cerimônia será transmitida
simultaneamente no evento
do Brasil e do Japão.
IMPASSE
Com aplicação dos R$ 5
bilhões do patrimônio líquido do FGTS em infra-estrutura, Arthur Henrique, presidente da CUT, espera que
sejam gerados 300 mil empregos.Os dirigentes da central se reúnem hoje para debater suas reivindicações
para a reunião de segunda,
com o ministro Luiz Marinho. A CUT pedirá que o governo garanta que a rentabilidade dos investimentos em
infra-estrutura tenha patamar mínimo de TR + 3%, índice atual de correção das
contas individuais.
PAREDÃO
No Big Brother da Inglaterra, a participante Cleo
Rocos não era a única brasileira. A Deca estava nos banheiros da casa.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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