São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Leme vê ação especulativa no câmbio contra Banco Central

A forte apreciação do câmbio foi fruto de um movimento de especulação de grandes investidores contra o BC.
Os investidores testaram até que ponto o BC estava disposto a intervir no câmbio para frear a apreciação do real. Desde anteontem à noite, essa ação recuou, tanto que o dólar até subiu um pouco ontem.
A análise é do economista Paulo Leme, da Goldman Sachs. Ele evitou o termo "ataque especulativo", que considerou tecnicamente incorreto, e falou em "teste contra o BC".
O problema, segundo Leme, é que esses movimentos especulativos serão recorrentes daqui para a frente. O elevado superávit cambial e os juros altos são iscas fáceis para atrair dinheiro de fora.
O movimento especulativo foi feito principalmente por meio de empréstimos em bancos japoneses. Aproveitando a contínua desvalorização do iene e as taxas irrisórias de juros, grandes investidores tomaram dinheiro no Japão e aplicaram nos vários mercados brasileiros, seja em renda fixa, Bovespa ou na BM&F.
Só para dar uma idéia, os contratos futuros diretos de câmbio na BM&F subiram de US$ 1 bilhão para US$ 7 bilhões nas duas últimas semanas.
Desde anteontem, no entanto, os investidores inverteram a posição. O motivo, segundo Leme, foi a reunião dos países do G7 no próximo fim de semana. A expectativa é que o grupo decida frear a contínua desvalorização da moeda japonesa. "Os investidores não vão peitar o G7", diz.
Leme diz que a solução para o Brasil evitar novas ações desse tipo é simples. Basta o país se abrir mais para as importações, o que fará com que baixe o superávit cambial. Além disso, contribuirá para a redução dos juros.
Ele não concorda com a avaliação comum de que a redução do ritmo da queda do juro contribuiu para esse movimento.
"Os canhões dos juros têm que estar estritamente apontados para a inflação. Se o BC começar a misturar taxa de câmbio com o resultado do futebol do fim de semana para calcular o juro, aí será muito complicado", afirma.

REUNIÃO LATINA
Começou ontem a primeira conferência de CEOs da América Latina e Caribe do HSBC. O evento reúne, sob o comando de Sandy Flockhart, presidente da nova divisão regional, os CEOs dos 14 países em que o banco passou a atuar em 2006, com a compra do grupo Banístmo. "O objetivo é desenvolver um crescimento gradual e orgânico na região, o que não elimina o fato de estar atento a oportunidades de mercado, como aconteceu com a compra do Banístmo, que possibilitou a entrada do HSBC na Colômbia, na Costa Rica, em Honduras, na Nicarágua e no Panamá", diz Flockhart.

Filme "Borat" eleva receita da News Corp.

A News Corp., proprietária do estúdio cinematográfico Twentieth Century Fox, disse que seu lucro recuou 24% no segundo trimestre fiscal, sobre o ano fiscal anterior, mas teve um salto de 18% em sua receita, gerado pelo sucesso nas bilheterias de "Borat". A receita subiu para US$ 7,84 bilhões.
O filme, um falso documentário, mostra o repórter do Cazaquistão (o inglês Sacha Baron Cohen) "desbravando" os EUA. A produção consumiu US$ 18 milhões em sua produção e já faturou US$ 248 milhões nas bilheterias de todo o mundo.
No Brasil, o filme será lançado no dia 23 deste mês.

PESQUISA
Roger Agnelli, presidente da Vale, ampliou os investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Do orçamento deste ano, de US$ 6,3 bilhões, a área receberá US$ 406 milhões. Do total, US$ 120 milhões vão para exploração mineral, US$ 58 milhões irão para estudos conceituais, e US$ 228 milhões, para P&D propriamente dito, com destaque para inovações tecnológicas.

NO PALCO
Roberto Lima, presidente da Vivo, será o único empresário do Brasil a falar no 3GSM Congress, na próxima semana, em Barcelona.

DOHA
Para a CNI, a retomada da Rodada Doha é a oportunidade para a inclusão dos acordos setoriais nas negociações internacionais. A posição da entidade foi definida ontem, pelo Conselho de Integração Internacional, em reunião com o ministro Carlos Márcio Cozendey, o novo chefe do departamento econômico do Itamaraty.

BEM-CASADO
A promoção casada do Speedy, da Telefônica, com TV por assinatura (TVA e DTHi) quase dobrou o número de pacotes vendidos, que passaram de 1.300 para 2.500 por dia.

NA TELA
Contrariando projeções de que as vendas dobrariam em 2006, os DVDs fecharam com alta de 7%. Segundo balanço que a Eletros (associação do setor) divulga hoje, foram comercializados cerca de 8 milhões de unidades. Para Paulo Saab, presidente da Eletros, os DVDs importados, principalmente os de países asiáticos, avançaram no país, reduzindo a participação local.

GLOBALIZADA
A Caixa inaugura hoje seu primeiro escritório internacional, em Hamamatsu, no Japão, onde residem cerca de 20 mil brasileiros. O próximo será em Nova Jersey. A cerimônia será transmitida simultaneamente no evento do Brasil e do Japão.

IMPASSE
Com aplicação dos R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do FGTS em infra-estrutura, Arthur Henrique, presidente da CUT, espera que sejam gerados 300 mil empregos.Os dirigentes da central se reúnem hoje para debater suas reivindicações para a reunião de segunda, com o ministro Luiz Marinho. A CUT pedirá que o governo garanta que a rentabilidade dos investimentos em infra-estrutura tenha patamar mínimo de TR + 3%, índice atual de correção das contas individuais.

PAREDÃO
No Big Brother da Inglaterra, a participante Cleo Rocos não era a única brasileira. A Deca estava nos banheiros da casa.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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