São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2000


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ENERGIA
Arábia Saudita e Irã se encontram hoje em busca de um acordo; alta do petróleo bateu novo recorde
Racha na Opep pode levar barril a US$ 35

CÁTIA LASSALVIA
da Redação

Os preços do petróleo subiram novamente ontem, atingindo durante o dia os valores do produto durante a Guerra do Golfo em 91. A alta indica que o racha entre os produtores -que divergem sobre a necessidade de elevar a quantidade de petróleo disponível no mundo- se acentuou.
Na opinião de Julian Lee, consultor do Centro para Estudos de Energia Global, com sede em Londres, a briga interna na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) pode fazer o barril chegar a US$ 35.
"É necessário que Opep e produtores independentes busquem um acordo", disse Lee. "A falta de consenso a menos de três semanas da reunião da Opep em Viena, traz ansiedade."
O barril do petróleo cru do tipo brent (referência internacional) fechou a US$ 31,86 em Londres, com uma alta de US$ 2,21 em relação ao dia anterior. Em Nova York, o petróleo para venda no mercado futuro subiu 5%, fechando em US$ 34,13 o barril.
Hoje os dois maiores produtores da Opep, Arábia Saudita e Irã, que defendem posições contrárias em relação à produção do petróleo cru, se encontrarão na cidade saudita de Riad.
A reunião, que contará com a presença dos ministros do Petróleo dos dois países -Bijan Namdar Zangheneh, do Irã, e Ali al-Nuaimi, da Arábia Saudita-, tem por objetivo buscar um meio-termo para o impasse.

Polarização
A maior oferta de petróleo no mundo -defendida por países como Arábia Saudita, México e Venezuela- colocaria fim à escalada de preços do produto. Em pouco mais de um ano, o barril de petróleo saiu de US$ 10,26 e chegou a mais de US$ 30.
Alegria dos produtores, problema para as economias. Com a alta excessiva nos preços, sobem os custos da gasolina e de seus derivados, gerando pressões inflacionárias em todo o mundo.
Preocupados com a inflação, os Estados Unidos intensificaram sua campanha pró-elevação da produção global. Em fevereiro, o secretário de Energia, Bill Richardson, visitou os principais produtores mundiais para selar um compromisso de deter a alta nos preços. O resultado foi o comprometimento de alguns países, entre os quais a Arábia Saudita.
No lado oposto, considerados os "radicais da Opep", estão Irã, Argélia, Líbia e Iraque. Eles anunciaram que não aumentarão a produção e que os preços do petróleo são consequência das pressões políticas dos Estados Unidos.
"Se eles não se intrometerem, os preços voltarão ao normal", disse o ministro iraniano do Petróleo, Bijan Namdar Zangheneh.


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