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ENERGIA
Arábia Saudita e Irã se encontram hoje em busca de um acordo; alta do petróleo bateu novo recorde
Racha na Opep pode levar barril a US$ 35
CÁTIA LASSALVIA
da Redação
Os preços do petróleo subiram
novamente ontem, atingindo durante o dia os valores do produto
durante a Guerra do Golfo em 91.
A alta indica que o racha entre os
produtores -que divergem sobre a necessidade de elevar a
quantidade de petróleo disponível no mundo- se acentuou.
Na opinião de Julian Lee, consultor do Centro para Estudos de
Energia Global, com sede em
Londres, a briga interna na Organização dos Países Exportadores
de Petróleo (Opep) pode fazer o
barril chegar a US$ 35.
"É necessário que Opep e produtores independentes busquem
um acordo", disse Lee. "A falta de
consenso a menos de três semanas da reunião da Opep em Viena, traz ansiedade."
O barril do petróleo cru do tipo
brent (referência internacional)
fechou a US$ 31,86 em Londres,
com uma alta de US$ 2,21 em relação ao dia anterior. Em Nova
York, o petróleo para venda no
mercado futuro subiu 5%, fechando em US$ 34,13 o barril.
Hoje os dois maiores produtores da Opep, Arábia Saudita e Irã,
que defendem posições contrárias em relação à produção do petróleo cru, se encontrarão na cidade saudita de Riad.
A reunião, que contará com a
presença dos ministros do Petróleo dos dois países -Bijan Namdar Zangheneh, do Irã, e Ali al-Nuaimi, da Arábia Saudita-,
tem por objetivo buscar um
meio-termo para o impasse.
Polarização
A maior oferta de petróleo no
mundo -defendida por países
como Arábia Saudita, México e
Venezuela- colocaria fim à escalada de preços do produto. Em
pouco mais de um ano, o barril de
petróleo saiu de US$ 10,26 e chegou a mais de US$ 30.
Alegria dos produtores, problema para as economias. Com a alta
excessiva nos preços, sobem os
custos da gasolina e de seus derivados, gerando pressões inflacionárias em todo o mundo.
Preocupados com a inflação, os
Estados Unidos intensificaram
sua campanha pró-elevação da
produção global. Em fevereiro, o
secretário de Energia, Bill Richardson, visitou os principais
produtores mundiais para selar
um compromisso de deter a alta
nos preços. O resultado foi o comprometimento de alguns países,
entre os quais a Arábia Saudita.
No lado oposto, considerados
os "radicais da Opep", estão Irã,
Argélia, Líbia e Iraque. Eles anunciaram que não aumentarão a
produção e que os preços do petróleo são consequência das pressões políticas dos Estados Unidos.
"Se eles não se intrometerem, os
preços voltarão ao normal", disse
o ministro iraniano do Petróleo,
Bijan Namdar Zangheneh.
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