São Paulo, quarta-feira, 08 de março de 2000


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FUSÕES
União entre bancos alemães levaria à criação da maior instituição financeira do mundo, com ativos avaliados em US$ 1,2 trilhão
Deutsche Bank deve se unir a concorrente

das agências internacionais

O anúncio de que o Deutsche Bank e o Dresdner Bank -respectivamente, primeiro e terceiro maiores bancos da Alemanha- estão estudando acordos de cooperação fez com que surgissem rumores de que os bancos estariam estudando uma fusão.
Caso essa união se concretize, o resultado vai ser a criação da maior instituição financeira do mundo, com ativos estimados em US$ 1,2 trilhão.
Em nota divulgada à imprensa, o Deutsche não confirma a fusão. O banco diz apenas que as empresas estão estudando um "um amplo acordo de cooperação" e que "as negociações estão em um estágio avançado", mas não entra em maiores detalhes.
Hoje, os conselhos de administração do Deutsche e do Dresdner irão se reunir para discutir os últimos detalhes desse acordo.
Analistas de mercados esperam que a fusão entre os bancos alemães seja anunciada ainda esta semana.

Varejo
No ano passado, os mesmos bancos negociavam a unificação de suas operações no varejo bancário, mas acabaram não chegando a um acordo.
Agora, existe a possibilidade de tanto o Deutsche quanto o Dresdner transferirem essas operações para a seguradora Allianz, acionista de ambos os bancos.
Isoladamente, as operações no varejo são pouco lucrativas para os dois bancos. Concentrando as operações em uma única empresa, seria possível cortar custos e aumentar a rentabilidade do negócio.
Além disso, Deutsche e Dresdner poderiam se concentrar apenas nos bancos de investimento.

"Ameaça" estrangeira
Os bancos alemães, em geral, apresentam uma lucratividade menor do que outros bancos estrangeiros, e as fusões podem ser um meio de as instituições inverterem essa situação.
O Deutsche, por exemplo, teve, em 1999, um lucro equivalente a 9,9% de seu patrimônio, contra 14% do norte-americano Citigroup e 15% do suíço Credit Suisse.
Com a fusão, os bancos alemães poderiam operar com custos menores e estariam mais bem preparados para concorrer com os estrangeiros.
O mercado especula que outros bancos alemães poderiam se unir, já que há a percepção de que existem bancos em excesso no país e que seria necessário um "enxugamento".

Maior do mundo
Caso a fusão entre os bancos alemães se concretize, será a segunda vez que o Deutsche irá ocupar o posto de maior banco do mundo. Em junho de 1999, ele já havia alcançado essa posição ao comprar o Bankers Trust, então oitavo maior banco dos EUA, concentrando US$ 800 bilhões em ativos.
Meses depois, os alemães foram "ultrapassados" pela união dos bancos japoneses Sumitomo e Sakura, que possuem ativos estimados em US$ 925 bilhões.
Não deve ser por muito tempo, porém, que o Deutsche vai manter a posição no topo do ranking. A fusão entre os japoneses Banco Industrial do Japão, Dai-Ichi Kangyo e Fuji Bank, que ainda está sendo analisada, deverá criar uma companhia com ativos estimados em US$ 1,3 trilhão.
Os rumores sobre a fusão acabaram puxando a alta da Bolsa de Frankfurt, em um dia em que os mercados europeus registraram baixa, puxados pelo mau desempenho da Bolsa de Nova York. As ações do Deutsche Bank subiram 8,45%. As do Dresdner, 20%.



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