São Paulo, sexta-feira, 08 de março de 2002

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PREÇOS

Após alta em fevereiro, agora tendência é de queda

Alimentos deixarão de pressionar a inflação neste mês, prevê a Fipe

DA REPORTAGEM LOCAL

Os alimentos podem deixar de ser os grandes responsáveis pela pressão na inflação deste mês, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
No mês passado, ao contrário da deflação esperada, o que se registrou foi uma alta de 0,26% no IPC (Índice de Preços ao Consumidor) em São Paulo. Na lista, o item alimentação registrou aumentos médios de 0,87% -e teve como vilões os chamados produtos ""in natura" que, no mês, subiram 3,8%. No ano, esses produtos apresentam alta de 6,69%.
""Se considerarmos a série histórica, o previsto é que os preços se estabilizem na alta, permaneçam algum tempo assim, mas depois iniciem a queda", diz Heron do Carmo, diretor da Fipe.
O economista também argumenta que fatores sazonais (excesso de chuvas em janeiro e fevereiro) acabam sendo determinantes na composição de preços de produtos hortifrutigranjeiros. ""Em dois meses, já subiram mais de 6%, quando a inflação do ano passado todo ficou na casa de 4%. O normal é que não continuem subindo", diz Heron do Carmo.
Para Paulo Sidney Melo Cota, da FGV, o grupo alimentação pode continuar a pressionar a inflação. Mas ele diz que, enquanto itens como hortifrutigranjeiros e leite seriam as ameaças, a pressão poderia ser minimizada pela queda dos preços de produtos como feijão e arroz, em plena safra.
No caso do leite, responsável sozinho por 35% da inflação de fevereiro, há uma explicação, pelo menos do lado dos produtores. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), em novembro, com os mais baixos preços de 2001, muitos produtores diminuíram os investimentos. Resultado: agora há menor oferta. (JOSÉ ALAN DIAS)


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