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FINANCIAMENTO
Produção extra seria adquirida pela Conab
Governo põe mais R$ 1,2 bilhão no Pronaf para atender ao Fome Zero
ALESSANDRA MILANEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo federal planeja disponibilizar R$ 3,5 bilhões para a
agricultura familiar, um aumento
de R$ 1,2 bilhão em relação ao volume liberado para o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) no
ano passado. Com isso, espera suprir uma demanda gerada pela
implantação do programa Fome
Zero, que, segundo o governo, deve atender 1,5 milhão de famílias
neste ano.
As principais culturas estimuladas no plano de safra 2003/2004
serão arroz, feijão, milho, trigo e
mandioca, além da produção de
leite e de frango. De acordo com o
secretário da Agricultura Familiar, Valter Bianchini, serão investidos R$ 700 milhões a mais do
que em 2002 na produção destes
alimentos.
Pela estimativa das diretrizes do
plano de safra, com a implantação
do Fome Zero, a demanda de arroz, por exemplo, deve crescer
4,0% (475,6 mil toneladas) e a de
trigo, 4,54% (477,6 mil toneladas).
Existem, no Brasil, mais de 4
milhões de estabelecimentos de
agricultura familiar, o que corresponde a 85% dos estabelecimentos rurais. Em 2002, o Pronaf fechou 950 mil contratos. "Há um
passivo de 3 milhões de estabelecimentos sem acesso ao crédito",
diz Adoniram Sanches, do Pronaf. Agora, o órgão quer fechar 1,4
milhão de contratos.
Luciano Marcos de Carvalho,
assessor econômico da CNA
(Confederação Nacional da Agricultura), põe dúvidas sobre se a
agricultura familiar e os assentamentos da reforma agrária conseguirão suprir sozinhos a demanda gerada pelo Fome Zero. "É
uma perspectiva desejável, mas
ambiciosa. Se não incrementar
também a agricultura comercial,
pode comprometer o governo."
A produção extra gerada pelo
incremento do crédito ao agricultor familiar deverá ser adquirida
pela Conab (Companhia nacional
de Abastecimento). A Conab possui 53 armazéns no país (fora os
que são destinados à armazenagem de café). Desses, 20 iam ser
desativados, todos nas regiões
Norte e Nordeste do país.
Com o projeto, os planos de desativação foram cancelados. Os
detalhes operacionais desse processo estavam sendo acertados
ontem, em reunião entre o presidente da Conab, Luís Carlos Guedes Pinto, e membros do governo.
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