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MERCADO FINANCEIRO
Indicador sobre trabalho eleva temor de que Fed mantenha alta dos juros; dólar avança 0,94%
EUA interrompem seqüência de alta da Bolsa
DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE
O temor de novas altas na taxa
de juros dos Estados Unidos deu
um banho de água fria no mercado ontem e interrompeu longa seqüência de bons resultados.
Após sete altas seguidas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa
de Valores de São Paulo, recuou
0,91%, para 38.926 pontos. Já o
dólar, que caíra nos últimos seis
pregões, fechou em alta de 0,94%,
vendido a R$ 2,150. Na semana,
entretanto, a Bovespa subiu
2,57% e o dólar caiu 0,69%.
Ontem, os mercados abriram
otimistas, mas o humor dos investidores virou após a divulgação do relatório do emprego nos
EUA logo pela manhã. O Departamento de Trabalho anunciou
que o desemprego caiu de 4,8%
em fevereiro para 4,7% em março, o menor índice desde julho de
2001. Foram criados 211 mil postos de trabalho no mês passado.
Os dados, que indicam o aquecimento do mercado de trabalho
no país, reforçam a perspectiva de
que o Federal Reserve (o banco
central norte-americano) deve
manter o aperto monetário e promover novas altas dos juros.
"O mercado teve um dia salutar
de realizações, mas apimentado
pelo cenário internacional e pelo
avanço dos treasuries", diz Marco
Melo, diretor de pesquisa da corretora Ágora Senior.
O rendimento dos títulos do Tesouro americano de dez anos,
principal referencial de juros a
longo prazo, atingiu 4,957%. Em
tese, taxas maiores nos EUA indicam menor fluxo de recursos para
países emergentes. "A tendência
de queda do dólar já não é tão clara", diz Jorge Knauer, gerente de
câmbio do Banco Prosper.
Para reforçar a tendência negativa no mercado, o dia foi de realização de lucros também nas Bolsas americanas. O Dow Jones, o
índice mais importante de Wall
Street recuou 0,86%, para 11.120
pontos. Já o indicador da Nasdaq,
Bolsa que reúne empresas de tecnologia, caiu 0,94%, para 2.339.
No âmbito doméstico, o resultado do IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) de março
-que apurou inflação de 0,43%,
levemente acima da estimativa do
mercado- confirmou perspectiva de que o Copom (Comitê de
Política Monetário do BC) cortará
a taxa básica de juros em 0,75
ponto na sua próxima reunião.
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