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Inflação do 1º trimestre é de 7,1% na Venezuela
Número deixa mais distante meta de 11% no ano
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A inflação venezuelana fechou o primeiro trimestre deste ano com taxa de 7,1%, informou ontem o Banco Central.
O resultado deixa ainda mais
distante a meta estabelecida
pelo governo Hugo Chávez de
terminar este ano com um acumulado de 11%.
Apesar de continuar registrando uma inflação bastante
acima da média regional, o governo venezuelano comemorou ontem a desaceleração do
índice -1,7% em março, contra
2,1%, em fevereiro, e 3,1% em
janeiro, mês em que entrou em
vigor a nova moeda, o bolívar
forte, acompanhada de um corte de três zeros.
"As políticas econômicas do
governo venezuelano dão conta
de uma blindagem que nos vai
permitir estar bastante tranqüilos em relação à situação de
desequilíbrio econômico no
âmbito mundial", disse o ministro do Planejamento, Haiman el Troudi, no anúncio do
índice inflacionário.
Entre as principais medidas
do governo venezuelano contra
a inflação estão o aumento da
taxa de juros e a diminuição do
gasto público.
Neste caso, uma das decisões
mais visíveis foi atrasar os pagamentos à empresa brasileira
Odebrecht para as obras de ampliação do metrô de Caracas,
capital do país.
A desaceleração da inflação
em março coincidiu também
com a implantação de um novo
cálculo do índice, que agora
passou a abranger mais cidades
do país.
Até recentemente, os preços
eram coletados apenas nas
duas maiores regiões metropolitanas venezuelanas, Caracas e
Maracaibo.
Índice alto
"É um índice inflacionário
ainda muito alto para um país
que mantém controles de preço
e de câmbio muito restritos. De
maneira que eu vejo esse resultado como um fracasso da política econômica, já que o acumulado dos últimos 12 meses
está em torno de 20%", disse à
Folha o economista José Guerra, professor da Universidade
Central da Venezuela e autor
de um livro recém-publicado
sobre o assunto.
Atualmente, o governo venezuelano tem aproximadamente
400 produtos e serviços com
preço tabelado, o que, segundo
vários analistas econômicos,
tem provocado o já longo problema de desabastecimento de
alimentos, principalmente de
leite.
No ano passado, a Venezuela
fechou com uma inflação de
22,5%, a maior da América Latina. A média regional no mesmo período ficou em apenas
6,1%.
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