São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Confiança do consumidor continua a cair, diz Fecomercio

O ciclo de queda do ICC (Índice de Confiança do Consumidor), medido pela Fecomercio-SP, continua em abril. Os consumidores estão 2,6% menos confiantes na economia neste mês que em março. Em relação a abril do ano passado, o índice está 16% abaixo do patamar registrado no mês.
O ICC é um indicador que reflete uma média entre as expectativas dos consumidores para as economias atual e futura. Ao todo, foram consultadas cerca de 2.000 pessoas no município de São Paulo.
A pesquisa indica que a confiança da população para a economia neste momento melhorou 1,47% neste mês. O indicador que mede as expectativas para o futuro, no entanto, depreciou-se em 4,9% em abril na comparação com março.
"Esse resultado aponta que a população acredita que o processo de deterioração da economia já acabou, mas que a recuperação vai demorar", afirma Fábio Pina, economista da Fecomercio SP.
Segundo ele, uma queda na confiança futura da população significa que o horizonte de consumo do país é de um prazo cada vez mais curto.
"O consumidor desconfia mais neste mês de sua capacidade de pagamento no futuro que em março", diz.
Essa desconfiança pode influenciar negativamente o consumo de bens duráveis, como máquinas industriais e automóveis, negociados com base em formas de pagamento de médio e longo prazo, diz Pina.
Mas, se as perspectivas para o futuro pioraram, a percepção do presente melhorou, de acordo com a pesquisa da Fecomercio SP. Para Pina, a melhora da confiança na economia atual pode ter sido impulsionada pelos bons dados econômicos recentemente divulgados.
Um dos exemplos foi o saldo positivo de vagas formais registrado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) em fevereiro. Outro é o recorde histórico de licenciamentos de veículos alcançado em março deste ano pelo setor automotivo.

DE OLHO NA CONTA

Yon Moreira da Silva Junior, ex-Telefônica e ex-BrasilTelecom, anuncia hoje a criação da EuTV, empresa que lançará no Brasil um modelo de celular que vem homologado pela Anatel para operar com dois números diferentes e para captar a programação de TV aberta. Com custo de R$ 799, o aparelho será vendido no Brasil apenas pela internet e pelo telefone. De acordo com Silva, a companhia quer conquistar clientes interessados em economizar com telefonia, usando duas operadoras ou dois DDDs diferentes. Importados da chinesa E-Techco, a meta da empresa é vender entre 30 mil e 40 mil aparelhos no Brasil neste ano. Mais do que os importadores e fabricantes de aparelhos disponíveis no mercado, Silva considera que o contrabando será o maior concorrente da nova empresa. O empresário estima que mais de 100 mil celulares similares ao que lançará no Brasil entram no país de forma ilegal por mês.

SEM DEFESA

A falta de investimento do Brasil em advocacia corporativa nos EUA aumenta seu gasto com taxas para exportar ao país, segundo Robert Kabel, da Baker & Daniel's Consulting. Segundo ele, há dispositivos legais nos EUA para a isenção tributária em até 3.400 produtos. Apenas 14% das exportações brasileiras recebem o benefício -segundo estudo, com atuação jurídica o percentual poderia dobrar.

MADE IN BRAZIL
A Brinquedos Estrela, que em 2008 importou 50% de sua produção da China, neste ano de crise, vai produzir em suas duas fábricas brasileiras 70% da linha. A ideia de Carlos Tilkian, presidente da empresa, é cortar custos e aumentar vendas em 20%.

DE BRINQUEDO
A Estrela ainda quer aplicar R$ 10 milhões em publicidade e viabilizar uma terceira unidade fabril na cidade de Ribeirópolis, em Sergipe. Em evento em SP, na próxima semana, a empresa apresentará uma boneca que cresce dez centímetros.

GASODUTO
A ArcellorMittal Juiz de Fora está finalizando a construção de um gasoduto para levar o gás natural gerado na produção de gusa ao processo produtivo do aço longo. A ação cortará em 80% o consumo de gás. A estimativa da empresa é economizar R$ 18 milhões ao ano.

NA ESTRADA
O Expresso Araçatuba passou a operar, neste mês, uma nova rota que liga São Paulo à Bolívia, para tentar reduzir em quase 700 km o trajeto até Santa Cruz de La Sierra e diminuir os custos da viagem.

VINÍCOLA
Marcio Toledo, presidente do Jockey de São Paulo e dono da importadora TradeBanc, que traz vinhos da região do Abruzzo, atingida pelo terremoto na Itália, afirma que os negócios não serão afetados pela tragédia. "Os vinhedos não foram atingidos. O estrago foi muito mais urbano e acredito que continuarão vendendo."

APOSTA
Desde novembro, Marcio Toledo tem parceria com o By Abruzzo, entidade da Secretaria da Agricultura do Estado do Abruzzo no Brasil, para importar vinhos da região. Há cerca de um ano, a Feabra (Federação de Associações de Abruzzes do Brasil) inaugurou uma sede em São Paulo para promover o turismo e a enogastronomia da região. O Abruzzo é um dos maiores Estados produtores de vinho da Itália, com cerca de 400 milhões de litros por ano.

ÀS COMPRAS
A Arsenal Investimentos assessorou a Springs Global na aquisição do controle da MMartan.

INDEPENDÊNCIA
O Banco do Brasil aprovou a criação de quatro superintendências de Negócios, Varejo e Governo no Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Hoje, o banco possui gerências regionais nesses Estados, subordinadas a outras superintendências.

OPORTUNIDADE
Com a nova estrutura, o Banco do Brasil quer prestar atendimento focado nas necessidades dos Estados e fortalecer a relação com os governos estaduais e municipais. Outro motivo para a criação das superintendências é que a construção de hidrelétricas na região e a ampliação da infraestrutura de transporte são vistas pelo banco como oportunidades de novos negócios.

COLCHÃO
O Banco do Brasil vai lançar hoje uma nova opção de investimento, o BB CDB DI Parceria. A modalidade oferece rentabilidade progressiva -quanto mais tempo o cliente deixar seu dinheiro aplicado, maior será a taxa de remuneração. A aplicação mínima é de R$ 500.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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