São Paulo, quarta-feira, 08 de abril de 2009

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Bancada ruralista derruba corte de subsídios proposto por Obama

Congressistas rejeitam redução de ajuda a fazendeiros; medida voltará a plenário

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

No processo intricado que é a discussão e a aprovação do Orçamento norte-americano pelo Congresso, o presidente Barack Obama sofreu uma derrota de US$ 9,7 bilhões. Esse é o valor do corte de subsídios agrícolas que ele propusera para a próxima década e que acaba de ser derrubado pela poderosa bancada ruralista de ambos os partidos majoritários.
Pela proposta original obamista, a partir do ano fiscal de 2010, que começa em outubro, fazendeiros com faturamento a partir de US$ 500 mil anuais perderiam uma série de generosos subsídios federais, entre eles o dinheiro dado para amenizar oscilações de preço, mesmo que não ocorra, e para enfrentar intempéries, ainda que essas não aconteçam.
Pois nos esboços do Orçamento aprovado na semana passada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes (deputados federais), os cortes dos subsídios sumiram. Foram retirados das medidas por ação de políticos democratas e republicanos de Estados do Meio-Oeste do país, que reúnem o grosso da produção agrícola dos EUA.
Esses agiram por pressão de seus eleitores-fazendeiros, mas também por lobby da National Farmers Union, sindicato que representa 250 mil famílias de fazendeiros. O principal argumento da entidade é que a soma, embora seja vultosa para os padrões "civis" -US$ 500 mil anuais são o equivalente a um salário mensal de R$ 91,6 mil-, pode significar o faturamento de uma fazenda modesta.
Já Obama pedia os cortes por achar que são anacrônicos e por conta das críticas de outros países sofridas pelos EUA na Organização Mundial do Comércio, Brasil inclusive, que consideram a ajuda federal uma forma de protecionismo.
A derrubada dos cortes não quer dizer que a questão seja caso encerrado. Agora, os esboços de Orçamento das duas Casas serão unificados por comissões e voltarão para discussão no plenário. É pouco provável que a medida chegue à mesa do presidente para assinatura antes de setembro.


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