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Bancada ruralista derruba corte de subsídios proposto por Obama
Congressistas rejeitam redução de ajuda a fazendeiros; medida voltará a plenário
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
No processo intricado que é a
discussão e a aprovação do Orçamento norte-americano pelo
Congresso, o presidente Barack
Obama sofreu uma derrota de
US$ 9,7 bilhões. Esse é o valor
do corte de subsídios agrícolas
que ele propusera para a próxima década e que acaba de ser
derrubado pela poderosa bancada ruralista de ambos os partidos majoritários.
Pela proposta original obamista, a partir do ano fiscal de
2010, que começa em outubro,
fazendeiros com faturamento a
partir de US$ 500 mil anuais
perderiam uma série de generosos subsídios federais, entre
eles o dinheiro dado para amenizar oscilações de preço, mesmo que não ocorra, e para enfrentar intempéries, ainda que
essas não aconteçam.
Pois nos esboços do Orçamento aprovado na semana
passada pelo Senado e pela Câmara dos Representantes (deputados federais), os cortes dos
subsídios sumiram. Foram retirados das medidas por ação de
políticos democratas e republicanos de Estados do Meio-Oeste do país, que reúnem o grosso
da produção agrícola dos EUA.
Esses agiram por pressão de
seus eleitores-fazendeiros, mas
também por lobby da National
Farmers Union, sindicato que
representa 250 mil famílias de
fazendeiros. O principal argumento da entidade é que a soma, embora seja vultosa para os
padrões "civis" -US$ 500 mil
anuais são o equivalente a um
salário mensal de R$ 91,6 mil-,
pode significar o faturamento
de uma fazenda modesta.
Já Obama pedia os cortes por
achar que são anacrônicos e
por conta das críticas de outros
países sofridas pelos EUA na
Organização Mundial do Comércio, Brasil inclusive, que
consideram a ajuda federal
uma forma de protecionismo.
A derrubada dos cortes não
quer dizer que a questão seja
caso encerrado. Agora, os esboços de Orçamento das duas Casas serão unificados por comissões e voltarão para discussão
no plenário. É pouco provável
que a medida chegue à mesa do
presidente para assinatura antes de setembro.
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