O governo brasileiro convocou os países produtores de algodão conhecidos como "Cotton-4" -Benin, Burkina Fasso, Chade e Mali- para uma reunião hoje em Genebra, na Suíça, sobre o pré-acordo recém-selado com os Estados Unidos no caso dos subsídios que os americanos pagam a seus produtores de algodão.
Os quatro países africanos, cujas economias dependem em boa parte da exportação de algodão, estão ciosos do entendimento entre a diplomacia brasileira e os americanos.
Membros do "Cotton-4" temem perder um aliado de peso em sua bandeira nas negociações da Rodada Doha para liberalizar o comércio global.
A vitória do Brasil no caso após sete anos de idas e vindas na Organização Mundial do Comércio, no fim do ano passado, foi comemorada pelo grupo como um precedente importante nas negociações para que os EUA acabem com seus subsídios -algo que Washington não se comprometeu a fazer.
Por ora, o Brasil aceitou retardar em três semanas a aplicação das sanções, estimadas em até US$ 830 milhões para este ano, com vistas a fechar um acordo pelo qual os EUA limitariam os benefícios, criariam um fundo de compensação e ofereceriam vantagens a outras áreas, como a suspensão de barreiras sanitárias à carne suína de Santa Catarina.
É possível que o fundo, embora vise o desenvolvimento da produção no Brasil, venha a incluir os africanos.

Consultoria prevê superavit fiscal de 3,3% do PIB

A saída da Petrobras das contas públicas em 2010 não alivia a carga do governo central, de acordo com a consultoria Lafis. Desse modo, o superavit primário do setor público deve ficar em cerca de 3,3% do PIB.
Para 2011 e 2012, projeta-se um crescimento da economia brasileira de 5,3% e 4,5%, respectivamente. De acordo com esse cenário, a Lafis prevê um superavit primário de 3,52% para 2011 e de 3,45% para 2012.
O PIB (Produto Interno Bruto) deve voltar a crescer neste ano em um patamar de 5,2%, segundo o relatório de análises macroeconômicas elaborado pela Lafis.
"O crescimento da economia brasileira deverá ocorrer respondendo à aceleração do investimento público -dado o ano eleitoral-, o aumento do consumo interno e à concessão de créditos", afirma a consultoria.

PAPELADA

Com o terremoto do Chile -fornecedor de parcela significativa da celulose mundial-, que fez disparar o preço do papel, a Santher, empresa do setor, decidiu reativar uma fábrica de aparas, que estava parada em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. "O preço já vinha crescendo um pouco com o abrandamento da crise, por isso buscamos essa solução para atenuar o custo", afirma Luiz Conrado Sundfeld, diretor financeiro da empresa. Segundo ele, o processo na fábrica de aparas é mais econômico porque envolve papel reciclado. A empresa prevê que com a retomada da produção com aparas em abril controlará o reajuste de preços de seus produtos em cerca de 10%. A marca Personal, de papel higiênico, é o carro-chefe da companhia, que também produz o absorvente Sym, os lenços Kiss, as toalhas e guardanapos Snob, as fraldas e lenços umedecidos Personal Baby, entre outros.

SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Cerca de R$ 2,4 bilhões foram envolvidos em casos solucionados por meio de arbitragem no Brasil no ano passado. No ano anterior, o número ficou em R$ 867 milhões, segundo levantamento do CBAr (Comitê Brasileiro de Arbitragem). "A arbitragem se tornou modalidade de resolução de controvérsias adequada para médias e grandes empresas", diz Adriana Braghetta, presidente do CBAr. Desde 2005, quando o levantamento começou a ser feito, as câmaras registraram o valor de R$ 4,9 bilhões em 286 procedimentos. A arbitragem é regulada, no Brasil, pela lei 9.307, de 1996. No mês que vem, o país vai sediar a Conferência da ICCA (Conselho Internacional de Arbitragem Comercial, na sigla em inglês), entre os dias 23 e 26, no Rio de Janeiro.

PLUGADO
O Estado de São Paulo acaba de ter 100% dos municípios com cobertura de banda larga. A Telefônica finalizou em 31 de março a implantação da tecnologia nas 622 cidades em que atua. A CTBC também já disponibiliza a banda larga nos 24 municípios que atende no Estado. "É motivo de orgulho atender, três meses antes do prazo previsto, todos os municípios de sua área de concessão", diz Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica.

FÉRIAS
A agência de viagens Decolar.com abre dois novos escritórios, no Panamá e na Costa Rica. Com as novas operações, a empresa passa a atuar em 12 países da América Latina. Para o primeiro ano das operações, o grupo estima faturamento de cerca de US$ 6 milhões nos dois países. "Panamá e Costa Rica oferecem um interessante potencial de crescimento do mercado de viagens na internet", diz Alípio Camanzano, presidente da Decolar.com no Brasil.

DIFÍCIL
Em estudo com emergentes feito pela Grant Thornton International, o Brasil é descrito como um dos melhores para investidores estrangeiros. O país é lembrado por ter setor primário bem desenvolvido, empresas familiares com preços competitivos e sólido sistema financeiro, entre outras vantagens. A empresa de auditoria e consultoria faz uma ressalva para quem quer investir no Brasil: os tributos, "que são complexos e difíceis de entender".

NA AGENDA
Antes de embarcar para Brasília, onde fará sua primeira visita oficial ao Brasil, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, encontra-se com Paulo Skaf, da Fiesp.

PEDIDO
O encontro foi um pedido do governo chileno, segundo a Fiesp, que afirma que o novo governo quer dar continuidade às relações empresariais entre os dois países, iniciada em 2007 durante o governo de Michelle Bachelet.