São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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Para FMI, não há crise no mercado, somente volatilidade temporária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Não existe uma crise nos mercados financeiros, mas sim uma volatilidade temporária, segundo o chefe da missão do FMI (Fundo Monetário Internacional) no Brasil, Philip Gerson. Ele elogiou as políticas macroeconômicas seguidas pelo governo e disse que é preciso ter paciência para esperar a turbulência passar.
"Não há crise, há volatilidade, e volatilidade é algo normal. Temos de aceitar que, de vez em quando, há turbulências no mercado, mas voltaremos ao ambiente mais estável. Temos que ter paciência", disse Gerson após reunião com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho.
Em sua opinião, a "melhor resposta das políticas [econômicas]" para lidar com a turbulência no momento é "ignorá-la". "Achamos que as coisas vão bem no Brasil", afirmou, ressaltando que é preciso manter a política econômica atual para continuar a reduzir a vulnerabilidade do país.
Gerson disse que vai recomendar à direção do FMI que aprove a segunda revisão do acordo com a instituição, renovado pelo Brasil no final de 2003. Os trabalhos de revisão do acordo terminaram ontem. "O Brasil atingiu todas as metas estabelecidas com o Fundo. O governo está seguindo políticas monetária e fiscal apropriadas, está progredindo com uma agenda de reformas estruturais muito importantes para promover o crescimento do país", disse.
Para ele, há sinais claros de crescimento na economia brasileira hoje. "Achamos que o país vai crescer neste ano, especialmente com o progresso da agenda das reformas estruturais do governo."
Segundo ele, a diretoria do Fundo vai analisar a segunda revisão do acordo em junho. Se aprovada, o Brasil terá mais US$ 1,3 bilhão à disposição, de um total de US$ 14,8 bilhões previstos pela renovação do programa. A primeira parcela, também de US$ 1,3 bilhão, foi liberada em março, mas o governo não sacou o dinheiro.
Depois de dizer que "sacar ou não é uma decisão de governo", Gerson afirmou que, no entendimento do Fundo, "o governo não tem interesse em sacar". "Não achamos que seja necessário que o governo saque", completou.
O atual acordo com o FMI termina em agosto, mas o governo já informou que não pretende renová-lo. Mesmo assim, negocia com a instituição mudanças em suas regras para que os investimentos das estatais não tenham impacto no cálculo do superávit primário -economia de receita para pagamento de juros da dívida pública.

Mais elogios
Em Madri, o novo diretor-gerente do FMI, Rodrigo Rato, elogiou ontem a melhoria das condições econômicas brasileiras e disse que as autoridades do país têm indicado que não irão procurar novos programas do organismo nas atuais circunstâncias.
Segundo o espanhol, houve importante mudança na credibilidade do país nos mercados internacionais e as condições estão melhores do que quando o presidente Lula assumiu, em 2003.
"Há uma recuperação do crescimento econômico no Brasil, especialmente a partir do último trimestre de 2003", afirmou.


Com agências internacionais

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