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DIAS DE TENSÃO
Cotação do barril em Nova York chegou a atingir alta recorde durante o dia de ontem, mas fechou em US$ 39,93
Petróleo sobe quase 7% em uma semana
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A cotação do barril de petróleo
atingiu ontem o pico histórico de
US$ 40 em Nova York, o mais elevado desde 1990. Antes do fechamento, o preço recuou para US$
39,93, mas fechou em alta de
1,42% ante o dia anterior. Ao longo da semana, o preço do produto
em Nova York acumulou uma
elevação de 6,82%.
Em Londres, o preço do petróleo tipo brent fechou em US$ 37.
O preço subiu 1,29%.
As tensões no Oriente Médio -
especialmente os recentes tentativas de ataques a instalações de petróleo iraquianas-, os problemas da política externa norte-americana no Iraque e a retração
dos estoques de petróleo e gasolina nos Estados Unidos alimentam o temor dos analistas de que
as cotações elevadas do petróleo
não cedam a curto prazo.
"Nós acreditamos que os preços
vão permanecer altos -acima de
US$ 35, o barril- pelo menos pelos próximos seis meses", disse à
Folha Nariman Behravesh, economista-chefe da consultoria
americana Global Insight.
Segundo ele, a cartelização do
setor pela Opep (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo)
é um dos principais fatores para o
cenário de elevação dos preços.
Contudo o esquema da organização de manter o atual nível de
produção para forçar a alta dos
preços pode ruir por causas internas. "Os países que integram a
Opep têm sido muito disciplinados em manter o nível de produção. No entanto acreditamos que,
quanto mais tempo os preços ficarem altos, maior será a tentação
de alguns dos países da Opep de
furar o pacto de manutenção do
nível de produção para aproveitar
as cotações elevadas. Com isso, o
preço deverá cair", diz Behravesh.
A expectativa do mercado é que
na próxima reunião na Opep, em
3 de junho, a organização decida
elevar a cota de produção. Ao longo da semana, autoridades dos
bancos centrais da União Européia e da Inglaterra e o secretário
do Tesouro americano, Jonh
Snow, declararam que os preços
podem prejudicar o desempenho
da economia mundial.
Numa reunião em Washington,
o secretário de Energia dos EUA,
Spencer Abraham, solicitou ao
ministro do Petróleo da Argélia,
Chakib Khelil, que a Opep elevasse o volume produzido. "Nós vamos transmitir a mensagem [dos
EUA] durante o encontro da
Opep e vamos ver como responderemos a ela", declarou Khelil.
O aumento da demanda por petróleo da economia chinesa e as
tensões políticas na Venezuela
também alimentam as cotações
infladas da commodity. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, porém, diz que o seu país não
pode ser responsabilizado.
"George W. Bush é o culpado pelos preços acima da média", disse.
"[Os EUA] não conseguiram recuperar a produção no Iraque."
Com agências internacionais
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