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FINANÇAS
Saída de recursos no início deste mês é generalizada e já supera o resultado negativo fechado em abril (R$ 1,5 bi)
Fundos perdem R$ 2 bilhões em três dias
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A sangria de recursos dos fundos de investimentos se intensificou. De 3 a 5 de maio, as saídas
dessas aplicações ultrapassaram
os ingressos em R$ 2,088 bilhões.
Essa cifra de apenas três dias já supera a captação líquida negativa
de R$ 1,49 bilhão registrada em
todo o mês passado. Os dados são
do site Fortuna.
A fuga de recursos é generalizada. Os chamados fundos multimercardos -que fazem aplicações em ativos como Bolsas, juros
e dólar e, em abril, haviam conseguido bom desempenho- tiveram captação líqüida negativa de
R$ 1,2 bilhão no início deste mês.
Os fundos DI e os de renda fixa
continuam amargando perdas.
Registraram captação negativa
de, respectivamente, R$ 425 milhões e R$ 603 milhões.
Essas saídas são explicadas pela
piora do mercado doméstico,
com Bolsa em queda e dólar em
alta, e pela forte desvalorização
dos títulos públicos federais. Esses papéis têm alta participação
nas carteiras dos fundos e, quando perdem valor no mercado,
tendem a acarretar perdas de rentabilidade para os mesmos.
"O movimento atual mostra
uma reversão de expectativas",
afirma Marcelo D'Agosto, sócio
do Fortuna.
Nos últimos três dias, o Tesouro
Nacional fez leilões de recompra
de títulos públicos pós-fixados, as
LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), de longo prazo para tentar
aliviar a situação dos fundos.
No cenário de riscos maiores, a
tendência é que os papéis com
vencimentos mais distantes sofram mais oscilações, já que as incertezas associadas ao longo prazo são maiores. É o que tem ocorrido nas últimas semanas.
Com as recompras, o Tesouro
abre espaço para que os gestores
dos fundos de investimento consigam se livrar desses títulos e reduzir as perdas dos mesmos.
No entanto, segundo analistas,
esse tiro pode sair pela culatra. Isso porque, ao perceber que a operação do Tesouro pode ter como
objetivo ajudar os fundos, os cotistas tendem a avaliar que os riscos atuais são grandes. Isso pode
levar a nova onda de saques.
Entre as aplicações que estão
perdendo dinheiro estão fundos
destinados a grandes investidores. A preocupação dos analistas é
a de que esses investidores decidam direcionar o dinheiro que estão sacando dos fundos para aplicações no exterior.
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