São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2000


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Vasp atrasa salários pelo 4º mês consecutivo

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 6.500 trabalhadores da Vasp foram novamente vítimas dos problemas financeiros da companhia, que atrasou pelo quarto mês consecutivo os salários.
Os ordenados de maio deveriam ter sido depositados no máximo anteontem, conforme as regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que determina o pagamento no quinto dia útil de cada mês. Segundo a assessoria da empresa, o pagamento sairá hoje.
A companhia, do empresário Wagner Canhedo, é a que está em pior situação financeira no setor aéreo. Tem adotado uma série de medidas estruturais para diminuir sua dívida -de cerca de R$ 3 bilhões- e suspendeu os vôos intercontinentais.
Para Agnaldo Souza, diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o atraso dos salários aparentemente virou rotina dentro da empresa. "O pagamento sai quando Canhedo bem entender."

Temor de demissão
Segundo o sindicalista, os trabalhadores não têm reagido à demora dos depósitos com paralisações por causa do medo de perderem os empregos.
A estimativa do sindicato é que a Vasp já demitiu cerca de mil pilotos e comissários de bordo desde o início do ano, sem pagar as indenizações.
O número confere com os dados da empresa, que informou que dentro de seu programa de reestruturação já diminuiu o quadro de 8.500 trabalhadores do início do ano para os atuais 7.500.
A meta é trabalhar nos próximos meses com um quadro de cerca de 6.500 funcionários. A empresa pretende entrar no azul novamente este ano.
No entanto, uma liminar da 66ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro determina a reintegração de todos os demitidos, devido à não-adoção de um programa de dispensa que dê prioridade aos funcionários prestes a se aposentar.
A decisão, segundo o sindicato, não tem sido respeitada.
Em 99, todas as companhias amargaram prejuízos. Oficialmente, a Vasp teve perdas de R$ 91,3 milhões.
O sindicato dos aeroviários do Estado de São Paulo aguarda demissões em massa nos próximos dias. Isso porque o pessoal de terra da Vasp ainda não teria sofrido grandes cortes, apesar da suspensão dos vôos para os Estados Unidos e Europa. Assim como os aeronautas, a entidade reivindica cortes selecionados.
A empresa negou que haverá dispensas em massa. A política seria de cortes graduais.



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