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Vasp atrasa salários pelo 4º mês consecutivo
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os 6.500 trabalhadores da
Vasp foram novamente vítimas dos problemas financeiros
da companhia, que atrasou pelo quarto mês consecutivo os
salários.
Os ordenados de maio deveriam ter sido depositados no
máximo anteontem, conforme
as regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que
determina o pagamento no
quinto dia útil de cada mês. Segundo a assessoria da empresa,
o pagamento sairá hoje.
A companhia, do empresário
Wagner Canhedo, é a que está
em pior situação financeira no
setor aéreo. Tem adotado uma
série de medidas estruturais
para diminuir sua dívida -de
cerca de R$ 3 bilhões- e suspendeu os vôos intercontinentais.
Para Agnaldo Souza, diretor
do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o atraso dos salários
aparentemente virou rotina
dentro da empresa. "O pagamento sai quando Canhedo
bem entender."
Temor de demissão
Segundo o sindicalista, os trabalhadores não têm reagido à
demora dos depósitos com paralisações por causa do medo
de perderem os empregos.
A estimativa do sindicato é
que a Vasp já demitiu cerca de
mil pilotos e comissários de
bordo desde o início do ano,
sem pagar as indenizações.
O número confere com os
dados da empresa, que informou que dentro de seu programa de reestruturação já diminuiu o quadro de 8.500 trabalhadores do início do ano para
os atuais 7.500.
A meta é trabalhar nos próximos meses com um quadro de
cerca de 6.500 funcionários. A
empresa pretende entrar no
azul novamente este ano.
No entanto, uma liminar da
66ª Vara do Trabalho do Rio de
Janeiro determina a reintegração de todos os demitidos, devido à não-adoção de um programa de dispensa que dê prioridade aos funcionários prestes
a se aposentar.
A decisão, segundo o sindicato, não tem sido respeitada.
Em 99, todas as companhias
amargaram prejuízos. Oficialmente, a Vasp teve perdas de
R$ 91,3 milhões.
O sindicato dos aeroviários
do Estado de São Paulo aguarda demissões em massa nos
próximos dias. Isso porque o
pessoal de terra da Vasp ainda
não teria sofrido grandes cortes, apesar da suspensão dos
vôos para os Estados Unidos e
Europa. Assim como os aeronautas, a entidade reivindica
cortes selecionados.
A empresa negou que haverá
dispensas em massa. A política
seria de cortes graduais.
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