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ELETRICIDADE
Queda é em 36 empresas, com fim de reposição da desvalorização
Tarifas de energia ficam em média 2% mais baratas
OTÁVIO CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As tarifas da energia elétrica fornecida por 36 empresas ficam
mais baratas a partir de sábado,
dia 10. A redução foi anunciada
ontem pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e irá
variar de 0,13% a 3,41%, atingindo
uma média de 2%.
Três distribuidoras de energia
que atuam no Estado de São Paulo estão na lista. A redução será de
3,41% para os consumidores da
Bandeirante, 2,84% para a Elektro
e 2,72% para a Eletropaulo Metropolitana.
Essa medida estava prevista
desde junho do ano passado,
quando a Aneel concedeu uma
reposição tarifária a todas as 72
distribuidoras de energia que
atuam no Brasil.
Essa reposição era reivindicada
pelas empresas desde janeiro de
99, quando o governo mudou a
política cambial, desvalorizando
o real. Como a energia gerada em
Itaipu e o combustível das termelétricas são negociados em dólar,
as distribuidoras tiveram aumento nos seus custos.
O reajuste, porém, levou cinco
meses para sair e foi em média de
12% em junho de 99.
Desse percentual, parte foi destinada a cobrir o prejuízo que as
empresas tiveram com a desvalorização cambial. Essa taxa durou
12 meses e deixa de vigorar no dia
10.
"O aumento foi uma compensação para as empresas e sempre teve data marcada para terminar.
As empresas já estavam sabendo
dessa redução de tarifa", disse Luciano Pacheco Santos, diretor da
Aneel.
A Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica
confirmou a informação.
As portarias publicadas pela
Aneel em 10 de junho de 99 autorizando o reajuste mostram que a
redução do valor cobrado pelas
distribuidoras já estava previsto.
Segundo as portarias, a maior
parte do reajuste concedido em
junho seria permanente, para cobrir a elevação dos custos da distribuição de energia elétrica.
A menor parte do reajuste teria
validade só por 12 meses, para cobrir os prejuízos de janeiro a maio
de 99 devido à desvalorização do
real e à decisão de não repassar
imediatamente o custo para os
consumidores.
Novos reajustes
Essa redução, entretanto, não
significa que as tarifas não terão
aumento neste ano. Segundo os
contratos de concessão, as empresas têm direito a um reajuste
anual de tarifa, concedido no aniversário da entrada em operação.
Metade das 72 distribuidoras de
energia já teve esse reajuste anual.
Incluíram no cálculo a redução
tarifária. Mesmo assim, a média
dos reajustes alcançou cerca de
20%, percentual superior à inflação média do período.
Outras 36 empresas ainda terão
reajuste até o final do ano. Entre
elas, a Eletropaulo, que será no final de junho. A Folha apurou que
o aumento da tarifa da empresa
será maior do que a inflação no
período, pois ela compra muita
energia produzida em Itaipu.
Nos reajustes previstos em contrato, a variação do dólar tem o
maior peso.
Além disso, são levados em conta a variação da inflação do período e o aumento de custo dos insumos utilizados no transporte e
distribuição de energia. Outro
item que pesa, mas reduzindo o
índice de reajuste, é o ganho de
competitividade das empresas.
Ação civil
O Sindicato dos Engenheiros no
Estado de São Paulo entrou na
Justiça com ação civil pública
contra a forma pela qual a Aneel
calcula o reajuste das tarifas. O
sindicato entende que a forma pela qual as contas são ajustadas é
indevida.
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