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PLATINAS
Aumento recorde de arrecadação fez país poupar 9,5 bilhões dos 10 bilhões de pesos acertados com FMI para o ano
Argentina alcança meta fiscal mais cedo
CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES
Graças a um aumento recorde
na arrecadação do governo, que
cresceu 32% só no primeiro quadrimestre, antes de terminar o semestre a Argentina praticamente
já cumpriu a meta de superávit
fiscal primário para o ano todo
acertada com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
A má notícia para o governo é
que o reforço no caixa deu munição aos credores privados da dívida, que afirmam que o país tem
capacidade para melhorar a oferta de pagamento da dívida.
O acerto com o Fundo é de superávit fiscal de 10 bilhões de pesos no ano, equivalentes a 3% do
PIB, mas até maio a economia do
governo soma cerca de 9,5 bilhões, conforme deve anunciar o
ministro da Economia, Roberto
Lavagna, nesta semana.
Aos credores, o presidente Néstor Kirchner ofereceu pagar a dívida com novos prazos e desconto
de US$ 62 bilhões do total de cerca
de US$ 105 bilhões.
Os principais detentores de títulos do governo, como o Comitê
Global, que possui cerca de 40%
dos bônus, e os fundos de pensão
argentinos, que detêm cerca de
20%, já anunciaram que não vão
aceitar a proposta e pretendem
continuar negociando.
Ontem, o Ministério da Economia começou a receber grupos de
bonistas para apresentar oficialmente a proposta. O governo já
anunciou que a maior parte do
superávit será gasta com obras de
infra-estrutura para aliviar a crise
de energia e com gastos sociais.
Em abril e maio foram anunciados aumento de salários para professores, aposentados e funcionários públicos. Esses gastos, associados aos efeitos da falta de energia, devem diminuir o superávit
nos próximos meses.
Mesmo assim, a meta acertada
com o FMI foi baseada em um
crescimento de 4% da economia,
mas Lavagna prevê que a expansão chegue a 5,5% neste ano. No
ano passado, PIB cresceu 8,7%.
Por isso, o governo corre para
conseguir o maior número possível de adesões para a proposta antes da chegada da missão do FMI,
no fim do mês, que vai fazer a terceira avaliação do acordo de US$
13 bilhões de setembro.
O FMI condiciona a renovação
do acordo à reestruturação da dívida e está pressionando para que
o governo use uma parte maior
do superávit para pagar os débitos, para aumentar a aceitação da
proposta entre os credores.
Mais emprego
O ministro do Trabalho da Argentina, Carlos Tomada, informou ontem que o emprego formal no país cresceu 0,2% em abril
em relação a março e acumula
6,7% de alta no último ano.
"Pela primeira vez em mais de
dez anos, o emprego se manteve
crescendo de forma sustentável
durante três meses consecutivos",
ressaltou o ministro.
Ele destacou ainda que, no último ano, 150 mil pessoas beneficiadas com subsídios do Estado
conseguiram um emprego.
Com agências internacionais
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