São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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PLATINAS

Aumento recorde de arrecadação fez país poupar 9,5 bilhões dos 10 bilhões de pesos acertados com FMI para o ano

Argentina alcança meta fiscal mais cedo

CLÁUDIA DIANNI
DE BUENOS AIRES

Graças a um aumento recorde na arrecadação do governo, que cresceu 32% só no primeiro quadrimestre, antes de terminar o semestre a Argentina praticamente já cumpriu a meta de superávit fiscal primário para o ano todo acertada com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
A má notícia para o governo é que o reforço no caixa deu munição aos credores privados da dívida, que afirmam que o país tem capacidade para melhorar a oferta de pagamento da dívida.
O acerto com o Fundo é de superávit fiscal de 10 bilhões de pesos no ano, equivalentes a 3% do PIB, mas até maio a economia do governo soma cerca de 9,5 bilhões, conforme deve anunciar o ministro da Economia, Roberto Lavagna, nesta semana.
Aos credores, o presidente Néstor Kirchner ofereceu pagar a dívida com novos prazos e desconto de US$ 62 bilhões do total de cerca de US$ 105 bilhões.
Os principais detentores de títulos do governo, como o Comitê Global, que possui cerca de 40% dos bônus, e os fundos de pensão argentinos, que detêm cerca de 20%, já anunciaram que não vão aceitar a proposta e pretendem continuar negociando.
Ontem, o Ministério da Economia começou a receber grupos de bonistas para apresentar oficialmente a proposta. O governo já anunciou que a maior parte do superávit será gasta com obras de infra-estrutura para aliviar a crise de energia e com gastos sociais.
Em abril e maio foram anunciados aumento de salários para professores, aposentados e funcionários públicos. Esses gastos, associados aos efeitos da falta de energia, devem diminuir o superávit nos próximos meses.
Mesmo assim, a meta acertada com o FMI foi baseada em um crescimento de 4% da economia, mas Lavagna prevê que a expansão chegue a 5,5% neste ano. No ano passado, PIB cresceu 8,7%.
Por isso, o governo corre para conseguir o maior número possível de adesões para a proposta antes da chegada da missão do FMI, no fim do mês, que vai fazer a terceira avaliação do acordo de US$ 13 bilhões de setembro.
O FMI condiciona a renovação do acordo à reestruturação da dívida e está pressionando para que o governo use uma parte maior do superávit para pagar os débitos, para aumentar a aceitação da proposta entre os credores.

Mais emprego
O ministro do Trabalho da Argentina, Carlos Tomada, informou ontem que o emprego formal no país cresceu 0,2% em abril em relação a março e acumula 6,7% de alta no último ano.
"Pela primeira vez em mais de dez anos, o emprego se manteve crescendo de forma sustentável durante três meses consecutivos", ressaltou o ministro.
Ele destacou ainda que, no último ano, 150 mil pessoas beneficiadas com subsídios do Estado conseguiram um emprego.


Com agências internacionais


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