São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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FLORICULTURA

Estado quer vender US$ 2 milhões neste ano no mercado externo

Flores do Ceará ganham o exterior

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Com uma produção ainda recente, de apenas quatro anos, o Ceará entra na concorrência do bilionário mercado internacional de exportação de flores, tendo como seu principal comprador a Holanda, país que ficou, em 2003, com 78,4% da produção cearense.
Perto dos números mundiais -movimento de cerca de US$ 8 bilhões no mercado das flores-, o Ceará ainda é pequeno, mas a produção cresce rápido: em 2001, a receita do Estado com a exportação de flores ficou em US$ 131 mil; em 2003, saltou para pouco mais de US$ 1 milhão.
O aumento da produção se mantém neste ano. No primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, houve um incremento de vendas de 66,15%. A expectativa é que as exportações totalizem US$ 2 milhões neste ano.
O principal produto da floricultura cearense são as flores frescas cortadas, em especial as rosas, produzidas no alto da serra da Ibiapaba, um dos refúgios mais frios do Estado, já próximo da divisa com o Piauí, onde a temperatura média durante todo o ano oscila entre 16C e 20C.
A produção se estende também a outros pontos. "Estamos implementando projetos de irrigação com pequenos produtores, mesmo nas regiões do semi-árido do Estado, para a produção de plantas e flores nativas, mais resistentes, e que também têm um grande potencial ornamental", disse Rubens Aguiar, da gerência de floricultura da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Ceará.

Custo do frete atrapalha
Grande parte da produção é administrada por grandes empresas, inclusive grupos do município de Holambra, no interior de São Paulo, atraídos pela localização privilegiada do Ceará, mais próxima da Europa e dos EUA, e pela constante luminosidade, o ano inteiro, o que propicia cores mais vivas às rosas.
"Por causa do frio e das chuvas, as empresas tinham perdas muitos significativas na produção em determinados períodos do ano. Isso não acontece aqui", disse Aguiar.
Aguiar afirma que, para o Ceará se consolidar de forma mais competitiva no mercado mundial da floricultura, precisa conseguir melhorar os preços do frete (que ainda hoje é feito em vôos comerciais, o que encarece o produto) e estimular a pesquisa em floricultura no Estado.


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