São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2005

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MERCADO ABERTO

Pesquisa aponta freada na construção

Os empresários da construção civil estão pessimistas em relação às perspectivas de crescimento da economia e não acusam melhora no desempenho de suas companhias neste ano. O pessimismo resulta de um desalento com o ritmo da retomada do setor, considerado insuficiente para recuperar as perdas dos últimos anos.
O desânimo dos construtores pode ser constatado ao se analisar os resultados da 23ª Sondagem Nacional da Construção, realizada em maio pelo SindusCon-SP e pela GV Consult com base em pesquisa com 120 empresários do setor. Como foi realizada na segunda e terceira semanas do mês passado, a sondagem não sofreu influência da divulgação dos números do IBGE que mostraram a desaceleração do PIB tampouco das denúncias de corrupção. "O empresário já sentia que os negócios não estavam indo bem", afirma João Claudio Robusti, presidente do SindusCon-SP.
De acordo com a sondagem, que é realizada trimestralmente, os empresários acham que pioraram significativamente as perspectivas de crescimento econômico. Em fevereiro, 46,1 pontos representavam crença no crescimento; em maio, essa pontuação caiu para 37,5. Já em relação ao desempenho da empresa, os empresários mostraram acomodação: o índice de maio foi igual aos 38,2 de fevereiro.
Na escala da sondagem, os números abaixo de 50 podem ser interpretados como um desempenho, ou perspectiva, não-favorável. Só no caso de dificuldades financeiras os valores abaixo de 50 significam perspectivas melhores.
Para Robusti, o pessimismo do empresário da construção se deve principalmente à política econômica conservadora do governo, com juros altos e metas rígidas de superávit primário. Com as denúncias recentes de corrupção, o quadro, a seu ver, deve ter se agravado.

RISCO DE CONTÁGIO
Paulo Skaf (Fiesp) está preocupado com a possibilidade de as denúncias de corrupção contagiarem a economia. Seu grande temor é o de o ânimo dos empresários baixar ainda mais com o agravamento da crise política. "A economia é muito sensível, e os investimentos já estão num patamar muito baixo", afirma. Skaf vai hoje a Brasília apresentar no Congresso o projeto de lei geral para pequenas e médias empresas.

SINAIS MISTOS
O índice de cheques devolvidos em maio, em todo o país, foi de 2,65%, com queda de 1,6% em relação a abril (2,69%), segundo dados da Telecheque. Na comparação com maio de 2004 (2,28%), no entanto, houve alta de 16,1%. Já o volume financeiro das transações à vista cresceu 12,8% em relação a abril.

AGRONEGÓCIO
Os principais nomes do agronegócio estarão em SP nos dias 23 e 24 para o 4º Congresso Brasileiro de Agribusiness. Entre os conferencistas, Antônio Ermírio de Moraes (Votorantim), Josué Gomes da Silva (Coteminas) e o ministro Roberto Rodrigues.

FINANÇAS
As finanças corporativas no Brasil serão tema de seminário em três capitais na semana que vem, no Rio (dia 13), em São Paulo (15) e em Porto Alegre (16). O evento, patrocinado pela Alliance Corporate Education, abordará tópicos avançados em finanças, com aplicações práticas sobre casos brasileiros.

APOSTA NO RELACIONAMENTO
Ajudar profissionais do mercado a desenvolver e cultivar contatos-chave, que possam impulsionar seus objetivos, a carreira e negócios. Com esse lema, será lançada hoje em São Paulo a Contatos Br, especializada em "networking". "Somos a única empresa voltada exclusivamente às necessidades dos profissionais brasileiros, diferenciando executivos e empreendedores, já que possuem necessidades distintas", afirma Lion Andreassa, sócio-diretor. A empresa oferecerá, por exemplo, serviços como fóruns de discussões via internet, a fim de tornar a aproximação entre os associados ainda mais efetiva.

PRÓ-EXPORTAÇÕES
O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) se reúne amanhã com secretários de desenvolvimento de Estados de todas as regiões, durante fórum em que serão discutidas políticas de incentivo ao comércio exterior. Uma dessas políticas é a desoneração dos investimentos voltados para as exportações.


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