DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil crescerá menos do que 3% neste ano, prevê o economista Affonso Celso Pastore, consultor e professor do Ibmec São Paulo. O desempenho do segundo trimestre, estima ele, deverá ser muito parecido com o do primeiro, quando a economia cresceu modesto 0,3%.
"Para crescer os 3,5% previstos pelo mercado ou os 4% previstos pelo governo, a economia teria que crescer de forma muito acelerada no segundo semestre", diz o consultor, ressaltando que é improvável que isso ocorra.
Ele prefere não dar uma estimativa exata para a taxa de crescimento de 2005, apesar de avaliar que ela não deve ficar muito longe de 2,5%. Crescimento, diz, praticamente já definido a esta altura do campeonato. Os juros, na avaliação de Pastore, devem cair no segundo semestre. Queda que, no entanto, só representará algum combustível para a economia no próximo ano.
A crise política que, por enquanto, afeta os preços de ações e o câmbio, não deve ter impacto na economia real. Tanto Pastore quanto economistas como Eduardo Giannetti da Fonseca e Claudio Haddad, ambos também do Ibmec, e José Alexandre Scheinkman, da Universidade de Princeton, avaliam que a crise política que causa turbulência financeira, derrubando a Bolsa e afetando o câmbio, deve permanecer circunscrita ao mercado financeiro e à arena política.


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