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INFLAÇÃO
Sem efeito do câmbio, IGP-DI sobe para 0,38% em maio
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O efeito benéfico do câmbio sobre a inflação ficou para trás e o resultado foi a aceleração do IGP-DI: o índice
subiu de 0,02% em abril para
0,38% em maio, segundo divulgou a FGV (Fundação Getúlio Vargas).
O recrudescimento da inflação ocorreu por causa de
reajustes no atacado. Sob
efeito da alta de combustíveis destinados à produção,
de metais e de commodities
agrícolas, o IPA (preços no
atacado) ficou em 0,46% em
maio ante variação negativa
de 0,15% em abril.
"O período de deflação ficou para trás. Ele teve a ver
com câmbio, que já não está
mais produzindo deflação.
Teve a ver também com safra
agrícola e agora estamos nos
aproximando de entressafra.
Por isso, o índice saiu de taxas negativas ou muito baixas nos últimos meses para o
0,38%. Uma mudança de patamar [dos índices de inflação] já está dada", avalia Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas
da FGV. Em fevereiro e março, o IGP-DI havia tido deflação -de 0,06% e de 0,45%.
Os preços no atacado subiram especialmente em razão
da alta do petróleo e das
commodities metálicas no
mercado internacional, segundo Quadros. O cobre, por
exemplo, teve aumento de
30,95% em maio, acumulando uma alta de 59,2% no ano.
O querosene para motores
sofreu reajuste de 8,16%.
No sentido inverso ao do
atacado, o IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) registrou deflação de 0,19%
-havia subido 0,34% em
abril. Quedas de preços do álcool (-12,97%), da gasolina
(-0,66%) e dos alimentos
(-0,94%), especialmente "in
natura", explicam o recuo.
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