São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lula minimiza tensão e diz que "Brasil é o dono da carne-seca"

PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desdenhou da turbulência no mercado financeiro mundial e afirmou ontem que o Brasil é o "dono da carne-seca".
"Posso dizer para vocês que em nenhum momento da história deste país, não estou escolhendo governo nem fazendo comparações, tivemos tantos fatores combinando entre si para dar solidez à economia brasileira", disse. "Como diria uma gíria nordestina, somos os donos da carne-seca, não dependemos mais de outros".
Em evento com empresários do setor de transporte ferroviário, no hotel Blue Tree, em Brasília, Lula disse que está "nos trilhos". "Não é apenas o presidente do Brasil que está nos trilhos, acho que todos nós precisamos entrar nos trilhos para ganhar a Copa do Mundo e ganhar a ferrovia, no Brasil", disse o presidente.
O presidente afirmou que não vai intervir no câmbio, mas que o dólar vai achar o ponto de equilíbrio. "O que vai permitir que o dólar encontre equilíbrio é uma combinação de redução da taxa de juros, que já está acontecendo, e aumento das importações. Automaticamente vai ter menos dólar no mercado e o dólar vai chegar ao patamar que ele precisa chegar. Que ninguém ouse dizer qual o patamar, porque ninguém tem coragem de dizer, é R$ 1,30, é R$ 1,10, é R$ 2,50, ninguém tem. É aquele que for justo para que as pessoas continuem produzindo, vendendo e sobrevivendo."
Lula brincou com a romaria de empresários que recebe no Palácio do Planalto. "Minha sala parece uma sacristia. Entra um que está exportando e quer que o dólar suba, entra um que está comprando e quer que baixe. Apenas a seriedade vai permitir que o dólar encontre seu equilíbrio, não tem mágica", afirmou.

Críticas a FHC
Apesar de dizer que não citaria governos nem ex-presidentes, Lula claramente fez críticas à gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). "Não estamos mais naquele tempo em que o Banco Central tinha de vender dólar para baratear o dólar. Hoje as pessoas querem que a gente compre dólar para encarecer o dólar", afirmou.


Texto Anterior: Na escala Richter, tremor atinge menos que 2 graus, diz Mantega
Próximo Texto: Bebida russa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.