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Se não houver interessados no leilão, falência da empresa pode ser decretada
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
Em uma operação cercada de
riscos de todos os tipos, a longa
agonia da Varig deve ser definida hoje, quando a aérea será fatiada em duas partes (uma boa,
sem dívidas, e outra que carregará o passivo que supera R$ 7
bilhões) e vendida em leilão.
A solução encontrada, de
vender uma parte "blindada"
das operações da empresa e,
com o valor obtido, quitar pelo
menos parte dos débitos, é recheada de incertezas, como a
dúvida se a companhia será
realmente arrematada e a possibilidade de o leilão ser adiado.
Os investidores poderão escolher entre dois modelos de
venda da empresa. No primeiro, será ofertada a Varig Operações, que reúne linhas domésticas e internacionais, com lance
mínimo de US$ 860 milhões.
A outra hipótese de venda
prevê a oferta da Varig Regional, que reúne as linhas domésticas da companhia por US$
700 milhões. Nos dois casos, a
parcela ofertada é isenta de dívidas, que ficarão alocadas na
chamada parte "podre" da empresa. O montante arrecadado
em leilão será direcionado para
o pagamento dessas dívidas.
O leilão começa às 10h. Na
primeira rodada, os lances serão feitos através de envelopes.
Se não houver lance compatível
com o preço mínimo estabelecido pela Varig, o leilão segue
para a fase de pregão.
Só seguirão para essa segunda rodada os participantes que
apresentarem propostas não
inferiores a 90% do maior lance
ofertado. Ou seja, se a maior
oferta na primeira etapa for de
US$ 500 milhões, só podem
participar do pregão lances de
US$ 450 milhões, no mínimo.
Entre os investidores, há
consenso de que os preços mínimos dificilmente serão alcançados. Um dos credores, a
Infraero, já informou que o limite aceitável para venda seria
de US$ 420 milhões.
Se não for vendida, a Justiça
do Rio de Janeiro poderá decretar a falência da empresa,
mas o juiz Luiz Roberto Ayoub,
da 8ª Vara Empresarial, declarou que não decidiu o que acontecerá nessa eventualidade.
"O juiz não é obrigado a decretar a falência se não aparecer comprador no leilão, desde
que a empresa tenha recursos
para continuar [operando]. Se
não aparecer interessado, a decretação de falência seria rápida, mas não trabalhamos com
essa possibilidade", afirma
Márcia Cunha, da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que
também cuida do processo de
recuperação da empresa.
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