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Cooperativa avança no mercado de crédito
Com fatia pequena, instituições se apoiam em profissionais liberais, e expansão supera o crescimento geral do setor
Cooperativismo prevê ativos na marca recorde de R$ 50 bilhões neste ano
e quase 5 milhões de
associados pelo Brasil
GITÂNIO FORTES
DA REDAÇÃO
Com a oferta de juros mais
baixos como carro-chefe, cooperativas aproveitaram a retração no mercado de crédito no
fim do ano passado para abrir
espaço. Suas carteiras fecharam 2008 com crescimento de
36%, ante 28,2% de todo o sistema financeiro nacional.
Para este ano, o cooperativismo de crédito espera aumento
da carteira 25% acima da expansão geral do mercado.
A expectativa é que as quase
1.500 cooperativas alcancem os
4.500 pontos de atendimento
em dezembro (eram 4.182 no
fim de 2008), com mais 600 mil
associados -chegando a 4,8
milhões ao todo- e passem de
R$ 50 bilhões em ativos, ante os
R$ 44,5 bilhões do ano passado,
quando as operações de crédito
somaram R$ 21,8 bilhões e os
depósitos, R$ 18,9 bilhões.
A fatia do cooperativismo no
mercado de crédito é minúscula -apenas 2% do sistema financeiro nacional. A expectativa é chegar a 10% em cinco
anos, lastreado principalmente
em comércio e serviços.
A médica Denise Damian,
presidente do sistema Unicred
-que surgiu em 1988 e atualmente conta com 123 cooperativas-, afirma que a marca se
expande na área da saúde. Não
só entre seus colegas médicos,
mas também com dentistas,
enfermeiros, farmacêuticos e
psicólogos.
Com carteira total de R$ 2,5
bilhões, a taxa média de empréstimo nas cooperativas é de
apenas 2%.
A inadimplência é baixa. Gira
em torno de 1,49%. Para ela, a
sanção presidencial, em abril,
da Lei do Cooperativismo de
Crédito, vai ajudar a expandir
os negócios.
"Na alegria e na tristeza"
O médico anestesiologista
Nazareno de Paula Sampaio,
presidente da Unicred Fortaleza, diz que a cooperativa atende
"na alegria e na tristeza".
Ele explica: "O cooperado
quer publicar um livro, gravar
um CD, fazer uma exposição de
pintura, nós financiamos e ajudamos no lançamento".
A cooperativa também auxilia quando o associado adoece
ou num outro tipo de "sufoco".
As linhas de crédito mais demandadas são financiamento
de veículos, reforma e compra
de equipamentos de consultório ou clínica, aquisição de imóveis e antecipação de contas a
receber.
A Credisutri, por sua vez,
abrange profissionais que trabalham nas entidades do Poder
Judiciário e do Ministério Público da União. O presidente
Miguel Oliveira afirma que a
cooperativa tem 25 linhas de
crédito. Para o cheque especial,
a taxa está na casa de 6% ao
mês. Empréstimo pessoal, de
3,5%.
Para Oliveira, a falta de "conhecimento do cooperativismo
por parte da sociedade" é uma
desvantagem.
Mais profissionais, em diversas áreas, poderiam se associar
e se beneficiar do crédito mais
em conta oferecido pelas instituições, afirma Oliveira.
Segundo Ademiro Vian, assessor sênior da Febraban (Federação Brasileira de Bancos),
como as novas cooperativas de
crédito também têm de se submeter às diretrizes do Banco
Central, o sistema ganha segurança.
"No cooperativismo, o crédito é o ramo que mais avançou
em governança e gestão", diz
Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras.
Vian, da Febraban, diz que as
cooperativas oferecem crédito
a juros mais baixos por não arcarem com uma série de custos,
como o compulsório nos depósitos à vista e a tributação nas
despesas operacionais.
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