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Fogão a lenha
passa a compor
casas populares
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ADOLFO
A crise de energia está mudando também o conceito de
arquitetura em Adolfo.
O empresário do setor de
construção Nilson Chagas, 41,
que fabrica e vende duas casas
populares por mês na cidade,
incluiu nos novos projetos o fogão a lenha. ""As pessoas estão
pedindo. Além de economizar
gás em tempos de crise, serve
para esquentar água para o banho e fazer brasa para passar
roupa", diz Chagas.
O apagão exercita também a
criatividade dos moradores. O
técnico agropecuário Eliseu
Capoia, 39, ""reinventou" as velinhas de são João.
Com um pedaço de rolha
usada, um pavio feito de barbante e cera de mel de abelha e
um pedaço de latinha de cerveja, ele faz até 40 por dia. A velinha fica boiando em um copo
cheio de água e óleo de fritura
usado. A chama dura até 16 horas. As primeiras cem velinhas
ele deu para amigos e parentes
da cidade. O negócio fez tanto
sucesso que ele vai começar a
vender, a R$ 0,50 cada. ""A vantagem é que não faz fumaça,
não tem cheiro e dura até duas
noites acesa", diz.
O pai de Eliseu, o aposentado
Zelindo Capoia, 71, desenvolveu outro invento barato para a
crise. A partir de cera de abelha
que a família cria, ele fabrica
velas artesanalmente. Sua fôrma são canudos de pés de mamona ou mamão. Desde o final
de maio, essa é a luz que ilumina sua casa e a de muitos moradores de Adolfo.
(EZ)
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