São Paulo, domingo, 08 de julho de 2001

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Fogão a lenha passa a compor casas populares

DA AGÊNCIA FOLHA, EM ADOLFO

A crise de energia está mudando também o conceito de arquitetura em Adolfo.
O empresário do setor de construção Nilson Chagas, 41, que fabrica e vende duas casas populares por mês na cidade, incluiu nos novos projetos o fogão a lenha. ""As pessoas estão pedindo. Além de economizar gás em tempos de crise, serve para esquentar água para o banho e fazer brasa para passar roupa", diz Chagas.
O apagão exercita também a criatividade dos moradores. O técnico agropecuário Eliseu Capoia, 39, ""reinventou" as velinhas de são João.
Com um pedaço de rolha usada, um pavio feito de barbante e cera de mel de abelha e um pedaço de latinha de cerveja, ele faz até 40 por dia. A velinha fica boiando em um copo cheio de água e óleo de fritura usado. A chama dura até 16 horas. As primeiras cem velinhas ele deu para amigos e parentes da cidade. O negócio fez tanto sucesso que ele vai começar a vender, a R$ 0,50 cada. ""A vantagem é que não faz fumaça, não tem cheiro e dura até duas noites acesa", diz.
O pai de Eliseu, o aposentado Zelindo Capoia, 71, desenvolveu outro invento barato para a crise. A partir de cera de abelha que a família cria, ele fabrica velas artesanalmente. Sua fôrma são canudos de pés de mamona ou mamão. Desde o final de maio, essa é a luz que ilumina sua casa e a de muitos moradores de Adolfo. (EZ)



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