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Embraer planeja "vôo mais alto" com aviação executiva
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Depois de consolidar sua
marca no mercado de aviação
comercial, onde está atrás apenas das gigantes Airbus e
Boeing, a Embraer mira agora o
segmento de aviação executiva.
Desde o ano passado, a empresa vem investindo pesado nesse
filão. No intervalo de um ano,
lançou três novos jatos executivos e já planeja o desenvolvimento de mais quatro.
A empresa está de olho nos
US$ 144 bilhões em negócios
previstos para o setor da aviação executiva nos próximos dez
anos, período em que devem
ser entregues, em todo o mundo, 9.680 jatos. Cerca de 75%
deles irão para os EUA. A América Latina responde por 4,5%
do mercado, e o Brasil, por 2%.
O objetivo da Embraer é conquistar 30% do mercado nos
segmentos "very light" (muito
leve) e "light" (leve) e brigar de
igual para igual com as cinco
grandes da aviação executiva:
Dassault, Raytheon, Bombardier, Gulfstream e Cessna. Hoje, apenas com o Legacy, ela
tem 3% do mercado. Além disso, a companhia pretende elevar para 20% a participação
desse segmento em seus lucros.
A fabricante brasileira debutou no mercado executivo em
2002 com o Legacy, derivado
do jato comercial ERJ-145. Sozinho, o jato respondeu, no ano
passado, por 6% dos lucros da
empresa, que somou US$ 446
milhões.
Em maio de 2005, a Embraer
anunciou o desenvolvimento
do Phenom 100 (capacidade
entre 6 e 8 ocupantes) e do Phenom 300 (entre 8 e 9 ocupantes) para competir nos segmentos "very light" (muito leve) e
"light" (leve). O investimento
previsto é de US$ 235 milhões.
Em maio deste ano, foi lançado o Lineage 1000 (para até 18
ocupantes), derivado do 190, o
maior jato comercial fabricando pela empresa, que chega
com a proposta de ser um luxuoso escritório móvel.
"A área que tem demonstrado as maiores oportunidades
nesse momento é a da aviação
executiva. É correto dizer que a
aviação executiva é uma das
principais fontes de crescimento e diversificação da Embraer", disse o vice-presidente
da Embraer para o mercado de
aviação executiva, Luís Carlos
Affonso.
Luxo
A Embraer decidiu apostar
no luxo, no conforto e na durabilidade de seus jatos para conquistar os clientes e vencer
seus concorrentes, presentes
há mais tempo no mercado
executivo.
O interior dos Phenom, por
exemplo, foi projetado pela
BMW Group Designworks,
subsidiária do grupo BMW. Os
bagageiros dos dois jatos são
até 50% maiores do que o dos
concorrentes diretos. Já o Lineage possui configuração para
cinco ambientes, entre eles sala
de jantar, sala de reunião e uma
"suíte" com chuveiro.
Uso em frota
A Embraer também aposta
que o futuro da aviação executiva será a utilização em frota,
com jatos sendo usados por vários donos ou então para táxi
aéreo. Por isso, incluiu em seus
projetos detalhes de robustez
típicos da aviação comercial, o
que permite durabilidade e utilização maiores.
O vice-presidente não revela
quantas encomendas dos novos jatos foram feitas. Até agora, a empresa divulgou apenas a
compra, por US$ 140 milhões,
de 50 Phenom 100 pela JetBird, empresa de táxi aéreo
com sede em Genebra.
Affonso afirmou, entretanto,
que a Embraer já teve de aumentar a cadência de produção
dos aviões -que inicialmente
era de cem unidades por ano-
para atender à alta demanda.
"Se alguém quiser comprar
um Phenom hoje, só vai conseguir recebê-lo no segundo trimestre de 2010", afirmou Luís
Carlos Affonso.
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