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Bovespa não sustenta alta e termina em baixa de 0,5%
Bolsa chega a subir 2,41%, mas sucumbe à cena externa
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na primeira hora de pregão, a
Bolsa de Valores de São Paulo
deu sinais de que teria um dia
de importante recuperação,
após as perdas expressivas que
têm sofrido. A Bovespa chegou
a registrar valorização de 2,41%
em seu melhor momento. Mas,
quando as Bolsas norte-americanas entraram em terreno negativo, acabaram por arrastar a
Bovespa junto, que encerrou o
dia em baixa de 0,47%.
Mesmo sem nenhuma grande notícia negativa, o mercado
internacional começou a semana pessimista.
Em Wall Street, a queda do
índice Dow Jones, que reúne as
30 ações de maior liquidez, ficou em 0,50%. A Nasdaq, dos
papéis de companhias tecnológicas, perdeu 0,09%.
A informação de que as financeiras hipotecárias americanas Fannie Mae e Freddie
Mac terão dificuldades para se
adequarem a mudanças nas regras contábeis, podendo ter de
levantar bilhões de dólares, foi
mal recebida. As ações da Freddie Mac recuaram 17,86%, e as
da Fannie Mae, 16,19%, em Nova York.
Outro ponto de incômodo foram as declarações de Janet
Yellen, que preside o Fed (o
banco central dos EUA) regional de São Francisco. Segundo
Yellen, os problemas que afligem os setores financeiro e
imobiliário ainda devem se
agravar antes de demonstrar
uma melhora consistente.
A queda de 2,7% do barril de
petróleo em Nova York, para
US$ 141,37, não foi suficiente
para animar os mercados.
A Bovespa voltou a estar bastante atrelada ao desempenho
dos principais centros financeiros mundiais. O comportamento dos investidores estrangeiros nas últimas semanas,
que têm vendido pesadamente
ações brasileiras, tem afetado e
dificultado os pregões.
Nos primeiros dois pregões
deste mês, o saldo das transações feitas com capital externo
marcou resultado negativo de
R$ 709,2 milhões. Em junho, a
saída de capital externo da Bovespa atingiu a cifra recorde de
R$ 7,41 bilhões, com os estrangeiros sendo responsáveis por
37,2% das operações totais.
Sem uma melhora no cenário
internacional, os estrangeiros
podem demorar para retomar
as compras no mercado local. O
fato de a Bovespa ainda registrar ganhos em dólares -na
sexta-feira, a valorização anual
em dólares era de 2,23%- pode
estimular ainda a venda de
mais ações brasileiras.
O pregão de ontem não foi
pior devido ao bom desempenho das siderúrgicas, que reagiram a relatório do JPMorgan
que trouxe comentários e perspectivas favoráveis ao segmento. Ações como Usiminas PNA,
Siderúrgica Nacional ON e Gerdau PN tiveram ganhos expressivos, de 4,47%, 3,37% e 3,03%,
respectivamente.
O índice Ibovespa encerrou a
59.088 pontos, com queda
mensal de 9,12%. No ano, as
perdas estão em 7,51%.
O dólar fechou com baixa de
0,44%, a R$ 1,601.
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