São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bovespa não sustenta alta e termina em baixa de 0,5%

Bolsa chega a subir 2,41%, mas sucumbe à cena externa

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na primeira hora de pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo deu sinais de que teria um dia de importante recuperação, após as perdas expressivas que têm sofrido. A Bovespa chegou a registrar valorização de 2,41% em seu melhor momento. Mas, quando as Bolsas norte-americanas entraram em terreno negativo, acabaram por arrastar a Bovespa junto, que encerrou o dia em baixa de 0,47%.
Mesmo sem nenhuma grande notícia negativa, o mercado internacional começou a semana pessimista.
Em Wall Street, a queda do índice Dow Jones, que reúne as 30 ações de maior liquidez, ficou em 0,50%. A Nasdaq, dos papéis de companhias tecnológicas, perdeu 0,09%.
A informação de que as financeiras hipotecárias americanas Fannie Mae e Freddie Mac terão dificuldades para se adequarem a mudanças nas regras contábeis, podendo ter de levantar bilhões de dólares, foi mal recebida. As ações da Freddie Mac recuaram 17,86%, e as da Fannie Mae, 16,19%, em Nova York.
Outro ponto de incômodo foram as declarações de Janet Yellen, que preside o Fed (o banco central dos EUA) regional de São Francisco. Segundo Yellen, os problemas que afligem os setores financeiro e imobiliário ainda devem se agravar antes de demonstrar uma melhora consistente.
A queda de 2,7% do barril de petróleo em Nova York, para US$ 141,37, não foi suficiente para animar os mercados.
A Bovespa voltou a estar bastante atrelada ao desempenho dos principais centros financeiros mundiais. O comportamento dos investidores estrangeiros nas últimas semanas, que têm vendido pesadamente ações brasileiras, tem afetado e dificultado os pregões.
Nos primeiros dois pregões deste mês, o saldo das transações feitas com capital externo marcou resultado negativo de R$ 709,2 milhões. Em junho, a saída de capital externo da Bovespa atingiu a cifra recorde de R$ 7,41 bilhões, com os estrangeiros sendo responsáveis por 37,2% das operações totais.
Sem uma melhora no cenário internacional, os estrangeiros podem demorar para retomar as compras no mercado local. O fato de a Bovespa ainda registrar ganhos em dólares -na sexta-feira, a valorização anual em dólares era de 2,23%- pode estimular ainda a venda de mais ações brasileiras.
O pregão de ontem não foi pior devido ao bom desempenho das siderúrgicas, que reagiram a relatório do JPMorgan que trouxe comentários e perspectivas favoráveis ao segmento. Ações como Usiminas PNA, Siderúrgica Nacional ON e Gerdau PN tiveram ganhos expressivos, de 4,47%, 3,37% e 3,03%, respectivamente.
O índice Ibovespa encerrou a 59.088 pontos, com queda mensal de 9,12%. No ano, as perdas estão em 7,51%.
O dólar fechou com baixa de 0,44%, a R$ 1,601.


Texto Anterior: Brasileiras perdem espaço em vôo internacional
Próximo Texto: Celulose: Lucro da Aracruz cai 18% no 2º trimestre
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.