São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

Texto Anterior | Índice

Blitz do trabalho apura infrações em cultivos de feijão e limão em SP

Havia menores trabalhando, carteiras sem registro e falta de equipamentos

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Após fiscalização do MPT (Ministério Público do Trabalho), produtores de feijão de Pilar do Sul (SP) assinaram termos de ajustamento de conduta (TACs) se comprometendo a não empregar menores, a registrar em carteira trabalhadores que atuavam sem registro e a fornecer equipamentos de proteção individual.
Eles também foram autuados pelos fiscais em multas que ainda estão sendo contabilizadas, mas podem variar de R$ 30 mil a R$ 300 mil.
Em blitz do MPT, de auditores fiscais do Trabalho e policiais ambientais no final do mês passado, 19 menores de 18 anos foram encontrados trabalhando nas lavouras de feijão da região de Sorocaba -um deles com 11 anos.
A legislação não permite o trabalho de menores em áreas rurais, segundo os fiscais.
João Batista Martins, procurador do Trabalho, disse que os produtores irão pagar indenização simbólica de R$ 10 mil -os recursos serão usados para a doação de kits de informática (notebook e impressora), que serão usados para a gerência regional do Ministério do Trabalho em Sorocaba.
"As fiscalizações vão continuar e migrar a cada safra", afirmou Martins. Os TACs contêm itens que incluem desde o treinamento para uso de equipamentos e manipulação de produtos químicos, além do armazenamento adequado desse material, até o fornecimento de abrigos adequados, água potável e instalações sanitárias próximas aos locais de trabalho.
Na região de Mogi Mirim, o procurador Dimas Moreira da Silva e fiscais do Trabalho também encontraram menores trabalhando e funcionários sem registro em uma agroindústria embaladora de limão e em fazendas da região.
"Além do excesso de jornada, os menores carregavam peso, o que a lei não permite. Também encontramos diferença na pesagem dos chamados bags, que são as bolsas que carregam", disse Moreira da Silva.
O pagamento dos colhedores de laranja e limão é feito por produção -recebem cerca de R$ 15 por dia. "Cada bag continha 22 sacos do produto, mas eles recebiam por 20. A empresa se comprometeu a pagar por 22 sacos. Só que a remuneração é tão baixa que mesmo assim o salário não vai passar de um mínimo", afirmou.


Texto Anterior: Banco do Brasil anuncia aumento de 25% no volume de recursos a agricultor
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.